Nas sociedades onde a poligamia – o relacionamento entre várias pessoas ao mesmo tempo – é institucionalizada, os direitos das mulheres sofrem mais ameaças. O argumento é do diretor da Associação de Direito de Família e das Sucessões (ADFAS), Caio Morau.
Durante sua participação em audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, ele lembrou que o Código Civil brasileiro veda explicitamente a prática da bigamia ou da poligamia. Para ele, a mera possibilidade de reconhecimento desse tipo de relacionamento é um desserviço.
Ele afirmou que nas sociedades onde a prática é institucionalizada, normalmente, trata-se de um homem e várias mulheres, que acabam sofrendo com a competição, baixa autoestima, alto número de divórcios e insegurança. “O amor que une as pessoas no casamento ou na união estável exige exclusividade. No amor, dividir é diminuir. Por isso, a monogamia é um princípio que precisa ser respeitado”, disse.
Para Morau, outro ponto pouco discutido é o impacto desse tipo de relação nas crianças, nos filhos nascidos desses relacionamentos. Ele ressalta que essas crianças podem ter dificuldades de aprendizado, de relacionamento e até dificuldades econômicas. “Seria algo totalmente contrário ao interesse das nossas crianças”, lamentou.