Socióloga confirma: movimento pró-vida cresce na Europa| Foto: Marjon Besteman/Pixabay
Ouça este conteúdo

A atuação dos movimentos pró-vida tem impactado no número de abortos realizados na Europa, mesmo em países onde a interrupção da gravidez é institucionalizada. A conclusão é da socióloga e professora da Universidade Livre de Livre de Bruxelas Bérengère Marques-Pereira, em entrevista à RFI. Para ela, é preciso reconhecer que “estamos num período de alto crescimento dos movimentos chamados pró-vida”.

Autora do livro L'Avortement dans l'Union Européenne: Acteurs, enjeux et discours (O Aborto na União Europeia: atores, desafios e discursos, em tradução livre), a socióloga acredita que o debate pró-vida tem impactado inclusive entre os médicos responsáveis por realizar abortos. Ela lembra que na Itália, por exemplo, cerca de 80% dos médicos evocam a cláusula de consciência para não fazer esse tipo de procedimento. De modo geral, a cláusula de consciência diz que um médico pode se negar a realizar um aborto por motivo de consciência, crença ou convicção.

“Também temos mais evocações da cláusula nos hospitais públicos da Espanha e de Portugal, e até mesmo entre jovens ginecologistas no Reino Unido”, diz Bérengère. Segundo a socióloga, muitos jovens médios estão optando por não praticar o aborto, mesmo nos países onde a prática é comum. “Estamos com falta de formação sistemática dos jovens médicos à prática do aborto. Na Bélgica, os médicos que o praticam em geral são os que estão próximos da aposentadoria”, disse na entrevista.

Publicidade