Vários grupos de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro e de direita foram retirados do Telegram e Whatsapp, desde a última segunda-feira (31), segundo relatos de internautas. A remoção em massa ocorreu após decisões de ofício do ministro Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A possibilidade de usar o poder de polícia sem ser provocado, para "combater a desinformação", partiu do próprio Moraes e foi aprovada por unanimidade no plenário do TSE poucos dias antes do segundo turno das eleições.
Em 28 de outubro, Moraes já havia determinado a retirada de dois grupos de apoiadores de Bolsonaro com cerca de 180 mil inscritos no Telegram. Na decisão, o ministro citou trechos de conversas feitas nos chats e afirmou que havia incentivo à violência política, apologia a atos criminosos e desinformação.
O TSE ainda não retornou sobre as novas decisões que determinaram a remoção de vários grupos. O psiquiatra e influenciador digital Italo Marsili informou pelo perfil do Instagram que teve vários grupos que administrava removidos, e um deles com mais de 250 mil inscritos. "O TSE acabou de bloquear alguns grupos cortando o nosso contato".
O Telegram não se pronunciou sobre a remoção de grupos. Por email, o Whatsapp não deu detalhes sobre a decisão que motivou a remoção dos grupos, apenas escreveu: "cumprimos o banimento das contas e grupos indicados pelo TSE dentro do prazo estipulado".