O ex-secretário da Receita Marcos Cintra foi candidato a vice-presidente na eleição deste ano pelo União Brasil.
O ex-secretário da Receita Marcos Cintra foi candidato a vice-presidente na eleição deste ano pelo União Brasil.| Foto: José Cruz/Agência Brasil.

O União Brasil encerrou um contrato de trabalho com o ex-secretário da Receita, Marcos Cintra, após o economista fazer algumas postagens onde defendeu que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) venha a público esclarecer dúvidas sobre a votação do segundo turno das eleições. Filiado à legenda presidida por Luciano Bivar, Cintra recebia R$ 45 mil por mês para prestar consultoria na área tributária ao partido, segundo a sigla. Ele também foi candidato à vice-presidente nas eleições deste ano na chapa de Soraya Thronicke.

A Gazeta do Povo procurou o partido para ter maiores detalhes sobre o fim do contrato, mas não obteve retorno. O espaço permanece aberto e será atualizado em caso de resposta.

Em declarações feitas para a Folha de S.Paulo, Bivar criticou o economista, disse que as eleições foram impecáveis e afirmou que Cintra não fala pelo partido.

“Nós já parabenizamos o Brasil e o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) pelas eleições, que foram impecáveis. Como agora o Marcos Cintra faz um desatino desses, distorcendo dados para criar dúvidas sobre as eleições?”, declarou Bivar.

No domingo (6) o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) mandou a Polícia Federal tomar o depoimento de Cintra. A decisão foi proferida no inquérito das “milícias digitais”, em razão de postagens que o economista publicou no Twitter.

“Verifiquei os dados do TSE e não vejo explicação para o Jair Bolsonaro ter zero votos em centenas de urnas. Ex. Roraima, e em São Paulo, como em Franca, Osasco e Guarulhos. Quilombolas e indígenas não explicam esses resultados, sob pena de admitir que comunidades foram manipuladas. Há outras centenas, senão milhares de urnas com votações igualmente improváveis. Curiosamente não há uma única urna em todo o país onde o Bolsonaro tenha tido 100% dos votos. E se há suspeita em uma única urna, elas recaem sobre todo o sistema”, postou o economista.

Além de determinar que a PF tome o depoimento de Cintra, Moraes ordenou ainda a suspensão de seu perfil no Twitter e mandou que o economista se abstenha de publicar “notícias fraudulentas” sobre o assunto, sob pena de ser multado em R$ 20 mil por dia, em caso de descumprimento. No Instagram, Cintra lamentou sua suspensão do Twitter. “Um cidadão de bem fazendo perguntas sobre dados oficiais… estou muito triste e preocupado”, postou.