Em reunião realizada nesta terça-feira (28), o Conselho Universitário da Universidade de Campinas (Unicamp) decidiu revogar por unanimidade o título de Doutor Honoris Causa concedido a Jarbas Gonçalves Passarinho. A honraria foi dada em 1973, quando Passarinho, coronel do Exército, era ministro da Educação.
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O argumento oficial para a revogação foi a de que Passarinho não preenche os requisitos para receber a honraria, destinada a “pessoas que tenham contribuído, de maneira notável, ao progresso das ciências, das letras ou das artes; e aos que tenham beneficiado, de forma excepcional, a humanidade ou tenham prestado relevantes serviços à Universidade”. Outros argumentos citados foram o seu apoio ao Ato Institucional 5 (AI-5) e as indicações da Comissão da Verdade Nacional e da Comissão da Verdade da Unicamp no sentido de que sejam revogadas homenagens a defensores do regime ditatorial no Brasil.
Anteriormente, em 2014, a revogação da honraria já havia sido proposta, mas por diferença de um voto, acabou rejeitada pelo Conselho Universitário da Unicamp. Agora, o tema voltou a ser votado após pedido da Associação de Docentes da Unicamp (Adunicamp), com a participação do Diretório Central de Estudantes (DCE), da Associação de Pós-Graduandas e Pós-Graduandos (APG) e do Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp (STU), que encaminharam um dossiê elaborado pela Comissão da Verdade e Memória “Otávio Ianni”.
Esta foi segunda vez que Jarbas Passarinho teve um título de Doutor Honoris Causa revogado. Em abril desse ano, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (URFJ), por meio do seu conselho, tomou a mesma decisão.