A Justiça condenou um estudante universitário a prestar 365 horas de serviços comunitários por ter cometido crime de racismo em um grupo de compartilhamento de mensagens. O caso aconteceu em São Paulo (SP). O réu ainda pode recorrer da decisão.
Segundo o processo, o estudante era conhecido por fazer comentários racistas, homofóbicos e xenófobos em sala de aula. No dia do crime, em um grupo de WhatsApp, ele enviou mensagem afirmando que as pessoas brancas deveriam se orgulhar de serem brancas e preservar a raça, não se misturando. Após ser questionado pela vítima, uma colega de turma, o acusado fez insinuações, gesticulando e chamando-a de monkey (macaco em inglês).
Como justificativa, o estudante afirmou estar “no direito de exaltar o orgulho de sua raça nos mesmos moldes em que os indivíduos negros exaltam a sua”. A juíza Paloma Moreira de Assis Carvalho, da 15ª Vara Criminal de São Paulo, que analisou o caso, não aceitou o argumento. “Quando o réu se diz orgulhoso de sua raça e que as pessoas brancas têm que se preservar ‘não se misturando’, sua conduta incita e induz à discriminação, uma vez que, do seu ponto de vista, indivíduos brancos não devem se relacionar com outras raças consideradas, por ele, inferiores ou vis”, escreveu na sentença.