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Atualizado em 24/03/2006 às 19h

Uma briga entre gangues da Vila Autódromo e Vila Trindade levou terror para dentro das salas de aula do Colégio Municipal Prefeito Omar Sabbag, no Bairro Vila Oficinas, em Curitiba, na manhã desta sexta-feira (24). As aulas foram suspensas e dois alunos encaminhados para a Delegacia do Adolescente.

Uma professora do colégio, que pediu para não ser identificada, contou que a briga começou dentro de uma sala de aula e terminou fora da escola. "A sala ficou destruída, com vidros, mesas e cadeiras quebradas. Um horror" resumiu a professora, que é mãe de um aluno do colégio.

O tumulto, ainda segundo a professora, aconteceu por volta de 11h40, mas a briga teria sido anunciada desde o início das aulas desta sexta. "É comum essas brigas aqui (colégio). Pelo menos há dois anos convivemos, quase que diariamente, com isso", disse indignada. "Já ligamos para a Guarda Municipal, para patrulha policial. Mas eles chegam com uma patrulha para segurar 2,5 mil alunos. Daí é complicado, né?", completa a professora.

Duas alunas, da sexta série, contaram à reportagem da Gazeta do Povo, em momentos diferentes, que uma professora foi atingida por uma pedra na cabeça. Ela teria, ainda segundo as alunas, desmaiado no meio da sala de aula. Outra versão do ocorrido, aponta que a confusão foi gerada por protestos dos estudantes contra a nova direção da escola, que assumiu nesta semana.

A Secretaria Municipal de Educação de Curitiba negou os estragos relatados pela professora e pelas alunas e afirmou que apenas os vidros foram destruídos. Cerca de 10% dos vidros das salas de aula do andar térreo do colégio foram quebrados. Também foi informado à reportagem que sete viaturas da Guarda Municipal estavam presentes e nenhuma pessoa ficou ferida durante o tumulto.

A situação dos professores do colégio é de verdadeiro pânico. Além de lecionar, o corpo docente da escola é obrigado a conviver com medo e ameaças. "Tem alunos aqui que entram com faca, com arma. Esta semana mesmo um aluno da 5º série ameaçou e expulsou um professor de dentro da sala de aula", conta. "Os alunos considerados bons estão pedindo transferência para outra escola, porque aqui eles são ameaçados".

Por causa da violência, a direção da escola solicitou na semana passada reforço na segurança. Desde então, dois guardas municipais passaram a fazer ronda 24h por dia no local. A justificativa da secretaria sobre os fatos é que existe uma rixa entre as comunidades Vila Autódromo e Vila Trindade, o que se reflete nos pátios da instituição de ensino.

A diretoria da escola não permitiu a entrada da imprensa nas dependências do colégio. "Essa é uma determinação da Secretaria Municipal de Educação e do núcleo Cajuru", disse a professora. "Falta apoio, falta respaldo da secretaria", acredita.

Representantes da secretaria, professores, país de alunos e a direção do colégio se reuniram no começo da tarde para discutir a situação. Ao término, o superintendente executivo da secretaria de educação, Jorge Eduardo Wekerlins, informou, em entrevista ao ParanáTV, que será pedido reforço da Guarda Municipal e novas reuniões serão realizadas para tentar conter a violência na escola. As aulas foram suspensas durante todo o dia e só devem voltar na segunda-feira. O Colégio Municipal Prefeito Omar Sabbag atende principalmente moradores dos Bairros Vila Oficinas, Cajuru, Capão da Imbuia, Autódromo e Trindade.

Interatividade:Você já sofreu com a violência nas escolas ou conhece alguma história de violência em escolas? Relate aqui e deixe sua opinião sobre os incidentes no Colégio Omar Sabbag.

Veja o depoimentos de alguns alunos e estado em que ficou a escola na reportagem em vídeo do ParanáTV

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