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Violência

Briga deixa 25 mortos em cadeia de MG

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Vídeo: (Foto: RPC TV)

Ponte Nova – Vinte e cinco presos da cadeia pública de Ponte Nova, na Zona da Mata mineira, morreram na madrugada de ontem durante um motim envolvendo grupos rivais. Por volta da 1 h, as vítimas foram encurraladas na cela 8 da cadeia por detentos de uma cela vizinha, que atearam fogo em um colchão encharcado com um líquido inflamável, provocando um grande incêndio. As chamas só foram controladas cerca de uma hora depois. Os corpos ficaram carbonizados. Como a cidade não possui Corpo de Bombeiros, um caminhão-pipa foi utilizado para debelar o fogo, que já havia tomado conta de boa parte do segundo andar do prédio.

"Em uma hora conseguimos conter o tumulto na cadeia, mas não tínhamos condições de adentrar no prédio sem apagar o incêndio, sem o rescaldo e diminuir a quantidade de fumaça, que era enorme", justificou o delegado regional Luiz Carlos Chardouni.

As investigações revelam que os autores do ataque estavam de posse de pelo menos uma arma de fogo e que os presos cerraram o cadeado da cela 9, alcançando o corredor e iniciando o motim. Após o fogo, o grupo se refugiou no pátio da cadeia. Moradores vizinhos ao presídio contaram que ouviram diversos disparos durante o tumulto. A Polícia Militar precisou pedir a ajuda de outros batalhões para conter o motim. O tenente-coronel Geraldo Henrique, do 11.º Batalhão, chegou a dizer que dois carcereiros tentaram apartar o ataque, mas "foram recebidos à bala".

Os corpos foram transferidos para o Instituto Médico-Legal (IML) em Belo Horizonte para a identificação. Até o início da noite de ontem, o nome de nenhum morto havia sido informado, causando apreensão e revolta entre os familiares dos detentos, que desde a madrugada se concentravam na porta da cadeia. "Muitos (corpos) ficaram irreconhecíveis, ficou difícil dizer quais eram os presos. Nós não sabemos se os detentos que estavam naquela cela eram efetivamente daquela cela", comentou o delegado.

Rivais

A cadeia, com capacidade para 87 presos, abrigava 173 no momento da confusão. Segundo a Secretaria de Defesa Social (Seds) de Minas, pela manhã foi lavrado um auto de flagrante indicando 20 detentos que seriam os líderes do motim. O alvo principal do grupo seria Cléverson Alexandre da Cruz, conhecido como Clesinho, preso da cela 8 e rival do traficante de drogas Wanderson Luiz Januário, o Biju.

Wanderson chegou a ficar preso na cadeia pública de Ponte Nova, mas, depois de liderar um princípio de rebelião, foi transferido em 27 de junho para a cidade de Além Paraíba. De acordo com o representante da Pastoral Carcerária, Gílson de Oliveira, as "gangues" comandadas pelos rivais costumavam promover toque de recolher e tiroteios em bairros de Ponte Nova.

Após a tragédia, o governo iniciou a desativação da cadeia. Até o início da noite, 113 presos haviam sido transferidos para unidades prisionais em nove cidades mineiras.

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