Uma briga política em Caçapava, a 116 km de São Paulo, entre o vereador Henrique Lourivaldo Rinco de Oliveira e o prefeito Carlos Vilela, ambos do DEM, pode ter sido a motivação de um possível plano para a morte do parlamentar, conforme boletim de ocorrência registrado por ele na última quinta-feira (27).

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Oliveira afirma que foi procurado por uma pessoa, que, segundo ele, é usuária de drogas, que lhe contou sobre a proposta do filho do prefeito, Duda Vilela, que teria oferecido R$ 80 mil pela sua morte. "Fiz o boletim para preservar a minha vida. Aqui na cidade todos têm medo do prefeito, mas eu sempre me posicionei contra a sua forma de administrar, desde o início do mandato", disse o vereador.

A pessoa apontada por ele foi ouvida nesta segunda-feira (31) e confirmou os fatos ao delegado Alceu Herculano Damasio Ferreira, responsável pelas investigações, que pretende chamar novas testemunhas para serem ouvidas sobre o caso. Duda Vilela, que foi candidato a deputado federal nas últimas eleições, não foi encontrado na cidade.

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Eleito pela primeira vez, com 1.145 votos, Oliveira foi o mais votado entre os quatro vereadores do DEM, mas faz oposição ao prefeito na Câmara. Segundo ele, o que pode ter motivado a possível encomenda de sua morte é o fato de ele estar fazendo um abaixo-assinado - que já tem 10 mil assinaturas - a fim de derrubar um projeto de lei sobre iluminação pública, aprovado na Câmara, onde o prefeito tem 7 dos 10 votos. "Bati boca com ele numa emissora de rádio local", disse.

Procurado pela reportagem, o prefeito Carlos Vilela negou qualquer possibilidade de seu filho ter ameaçado o vereador. "Ele é sempre do contra e está blefando. Quer ter motivos para sair do partido sem perder o mandato. Meu filho é bem criado. Aqui a única coisa que a gente faz é trabalhar muito pela cidade", afirmou.