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São Paulo - Apesar de ser visto como um evento inevitavelmente traumático para os filhos, o divórcio não precisa ser um bicho de sete cabeças, diz a psicóloga Maria Dolores Cunha Toloi. Como assistente de perícias no Tribunal de Justiça de São Paulo, ela vivencia há 15 anos o cotidiano das brigas familiares.

Em sua tese de doutorado, Maria Dolores buscou entender como os "filhos do divórcio" enfrentam esses conflitos conjugais. A pesquisa, com adolescentes entre 13 e 16 anos, deu origem ao livro Sob Fogo Cru­­zado. Conflitos Conjugais na Perspec­tiva de Crianças e Adolescentes. Para ela, mais que a separação em si, o alto nível de conflitos entre os pais é o grande causador de danos cognitivos e psicológicos nas crianças.

O principal problema, segundo a psicóloga, são as relações com altos níveis de agressividade. "Pesquisas sugerem hoje que, embora o divórcio cause uma série de crises na família – como declínio econômico, eventos estressantes, problemas de saúde dos pais –, em cerca de dois ou quatro anos todos se adaptam ao novo sistema. O problema, na verdade, não é o divórcio". Segundo ela, os desentendimentos podem gerar problemas como baixa autoestima e depressão.

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