A Polícia Civil de Minas Gerais instaurou inquérito para apurar o sumiço de Eliza Samudio, de 25 anos. A delegada Alessandra Wilke, de Contagem, não descarta a hipótese de assassinato. A estudante é ex-namorada do goleiro Bruno Fernandes, do Flamengo, e está desaparecida há três semanas.
À Delegacia de Atendimento à Mulher de Jacarepaguá, zona Oeste do Rio, Eliza disse, em outubro, que havia sido procurada por Bruno para conversar. Ela aceitou entrar no carro do goleiro, que estava com três amigos de Contagem. Um deles estaria armado. Bruno teria insultado e estapeado Eliza. Ele e os amigos exigiam que ela fizesse um aborto. Segundo o depoimento, o goleiro pegou a arma do amigo e apontou a pistola contra a cabeça dela. Eliza disse que foi drogada pelo atleta.
Alegando temer represálias de Bruno, a estudante se mudou para Curitiba. Depois, foi morar na capital paulista e deu à luz em uma maternidade pública de São Paulo. No começo deste mês, mudou-se para Belo Horizonte. Dias antes de desaparecer, disse a jornalistas que Bruno faria exame de paternidade e reconheceria legalmente o filho.
Ontem, o advogado Michel Assef Filho negou qualquer ligação de Bruno com o desaparecimento de Eliza, mas disse que o goleiro está à disposição da Justiça. O jogador deve depor nesta semana.
No fim da noite de sexta-feira, a mulher de Bruno, Dayane Souza, foi presa em flagrante sob a acusação de subtração de incapaz. O filho de Eliza, de 4 meses, estaria sob seus cuidados. Dayane foi liberada.
Ontem à tarde a Polícia Militar realizou buscas nas imediações de um sítio de Bruno, em Ribeirão das Neves (Grande Belo Horizonte). Os bombeiros foram conferir uma denúncia anônima sobre a localização do corpo, mas nada foi encontrado.
Criança
A Justiça mineira concedeu autorização para que Luís Carlos Samudio, 43 anos, pai de Eliza, fique provisoriamente com o neto em Foz do Iguaçu, onde mora. Ele prestou depoimento ontem em Contagem sobre o desaparecimento da filha. "Estou um pouco aliviado", disse o avó ao pegar a criança em um abrigo.