O goleiro Bruno apresenta sintomas de um quadro depressivo, segundo o subsecretário de Assuntos Prisionais da Secretaria Estadual de Defesa Social de Minas Gerais, Genilson Zeferino. O subsecretário acompanhou o atendimento que Bruno recebeu no Socor Hospital Geral, nesta quinta-feira (23). Bruno está preso na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, por acusação de desaparecimento e morte de Eliza Samudio.
De acordo com a Superintendência do Governo de Minas Gerais, o goleiro tem apresentado sintomas de depressão, entre os quais dificuldades para dormir e para se alimentar. Nesta quinta-feira (23), ele foi levado para o hospital para que sua saúde fosse avaliada. O resultado dos exames aos quais Bruno foi submetido e o diagnóstico dos médicos não podem ser divulgados para a imprensa sem a autorização da família do paciente, segundo a superintendência.
Ainda segundo a Superintendência do Governo de Minas Gerais, Bruno está com prescrição médica. O governo disse que vai providenciar a compra dos remédios com receita, para que ele continue o tratamento. Esse procedimento é padrão no sistema prisional, disse o órgão.
De acordo com a Secretaria de Defesa Social, Bruno estava com alguns medicamentos sem a receita quando foi recebido na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, nesta quarta-feira (22). Os remédios foram retidos. Ele disse, segundo a secretaria, que os medicamentos eram para os sintomas que ele já estava sentindo desde sua estada no Rio de Janeiro.
O subsecretário reforçou ainda que esse atendimento ao goleiro não tem relação com uma possível tentativa de suicídio. O amigo de Bruno, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, disse em uma das audiências no Rio de Janeiro que o goleiro teria tentado se matar 'várias vezes' desde que foi preso. Segundo Zeferino, Bruno foi avaliado pelo psicólogo da Penitenciária Nelson Hungria, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e foi constatado um quadro depressivo. De acordo com a Secretaria de Defesa Social, esse atendimento psicológico é um procedimento de rotina.
Ele e o amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão, voltaram à Penitenciária Nelson Hungria nesta quarta-feira (22), depois de ficarem no Rio de Janeiro desde o dia 26 de agosto. Na capital fluminense, os dois participaram de audiências do processo de apura as acusações de lesão corporal, sequestro e cárcere privado de Eliza Samudio.
A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) do Rio de Janeiro e a Secretaria de Estado de Defesa Social de Minas Gerais negam que Bruno tenha tentado se matar, tanto em Bangu 2 quanto na Nelson Hungria.
Entenda o caso
O goleiro Bruno é réu no processo que investiga a morte de Eliza Samudio. A Justiça de Minas Gerais aceitou a denúncia do Ministério Público contra Bruno e outros oito envolvidos no desaparecimento e morte de Eliza. Fernanda Gomes de Castro, namorada de Bruno, foi presa em Minas Gerais.
O goleiro; Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão; Sérgio Rosa Sales; Dayanne Souza; Elenilson Vítor da Silva; Flávio Caetano; Wemerson Marques; e Fernanda Gomes de Castro vão responder na Justiça por homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado, ocultação de cadáver e corrupção de menor. Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, é o único que responderá por dois crimes. Bola foi denunciado por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Todos os acusados negam o crime. As penas podem ultrapassar 30 anos.
A pedido do Ministério Público, a Justiça decretou a prisão preventiva de todos os acusados. Com essa medida, eles devem permanecer na cadeia até o fim do julgamento.
Em 2009, Eliza teve um relacionamento com o goleiro Bruno, engravidou e afirmou que o pai de seu filho é o atleta. O bebê nasceu no início de 2010 e, agora, está com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
A polícia mineira começou a investigar o sumiço de Eliza em 24 de junho, depois de receber denúncias de que uma mulher foi agredida e morta perto do sítio de Bruno.
A jovem falou pela última vez com parentes e amigas no início de junho.
O corpo de Eliza não foi encontrado. Mas os delegados consideram a jovem morta. Todos negam envolvimento no caso.
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