Bullying. O termo é inglês, mas a realidade a que ele se refere ocorre quase todo dia nas escolas brasileiras. "Bullying é o ato de violência praticado sistematicamente por um indivíduo ou grupo de indivíduos contra um membro do grupo mais fraco", explica o doutor em Educação Joe Garcia, organizador do 3.º Seminário Indisciplina na Educação Contemporânea.
Segundo Garcia, pesquisas educacionais feitas em diferentes países, incluindo o Brasil, mostram que cerca de 15% dos estudantes de uma sala de aula são personagens do bullying, seja como vítimas ou agressores. Mas, de acordo com o professor , o dado mais alarmante é que pelo menos dois terços dos estudantes são testemunhas dessa agressão, que se repete de forma cotidiana. "É uma lógica complicada. Os colegas vêem essa violência, mas não se opõem. Ou porque vêem aquilo como engraçado ou porque temem ser as próximas vítimas."
De acordo com Garcia, os professores também não têm conseguido identificar esse tipo de postura. "A percepção é de que é algo usual. Coisa de menino. Eles se entendem", explica. O professor afirma que na maioria dos casos só são tomadas medidas depois de agressões mais graves. "Aí pode ser tarde demais e a literatura educacional registra vários fins trágicos para esse tipo de postura, incluindo suicídios e assassinatos", diz.
Por isso, defende Garcia, a melhor forma de evitar a violência na escola é atuar com medidas preventivas. "É preciso buscar o diálogo. Em alguns casos, porém, as relações entre dois alunos estão tão magoadas, tão complicadas, que é necessária a figura do psicólogo, do terapeuta."
Para a secretária educacional do Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sindicato), Janeslei Aparecida Albuquerque, o questionamento e uma certa rebeldia são típicos da adolescência, mas não podem, no entanto, ser considerados normais quando resultam na violência. "Quando isso acontece e a violência passa a ser adotada como norma para a resolução de problemas e de coflitos, estamos acabando o papel da escola", finaliza. (GV)
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