A resolução que acaba com a multa mensal de R$ 5 milhões aplicada pela União ao Paraná deve ser votada no Senado somente em agosto, após o recesso parlamentar. A proposta poderia ter sido aprovada nesta semana, mas emperrou nas regras do regimento interno da Casa. Com isso, o estado deve deixar de ser punido e ainda receber os R$ 130 milhões retidos desde 2004 pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN) só a partir de setembro.
O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), assumiu nesta quarta-feira (11) a autoria da proposta. Ele já encaminhou a resolução para a Mesa Diretora, conforme os trâmites burocráticos do Congresso. A partir de agora, há cinco dias úteis para a apresentação de emendas.
Depois disso, a proposição é enviada à Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. O presidente da CAE, senador Aloízio Mercadante (PT-SP), nomeia então um relator para a resolução. Após relatada, a proposta é colocada em votação entre os membros da comissão. Se aprovada, ela segue para aprovação do plenário do Senado último passo para validar a medida.
Esses procedimentos inicialmente não foram levados em consideração por Mercadante, que anteontem demonstrou disposição de votar a resolução o mais rápido possível. Ele chegou a prometer a convocação de uma sessão extraordinária para agilizar o processo. A CAE, porém, terá de seguir o que manda o regimento interno do Senado.
O Paraná é multado pela União desde novembro de 2004. A penalidade é decorrente de um acordo de empréstimo do governo federal ao estado para o saneamento e privatização do Banestado, em 1998. Como parte da negociação, o estado se comprometeu a adquirir do banco títulos públicos de Alagoas, Pernambuco, Santa Catarina, Osasco e Guarulhos, no valor de R$ 460 milhões. Requião negou-se a pagar pelos papéis, considerados nulos. Uma ação do banco Itaú, que comprou o Banestado e queria receber pelos títulos, originou a multa.