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Presidente francês Nicolas Sarkozy (dir.) e o ministro dos Transportes Jean-Louis Borloo falam com jornalistas no aeroporto Charles de Gaulle | Guillaume Baptiste / Reuters
Presidente francês Nicolas Sarkozy (dir.) e o ministro dos Transportes Jean-Louis Borloo falam com jornalistas no aeroporto Charles de Gaulle| Foto: Guillaume Baptiste / Reuters

Confira como foi o desaparecimento da aeronave

Comitiva italiana que veio ao Brasil para visitar Piraquara estava no voo

Três passageiros que estavam no voo 447 da Air France, que desapareceu na costa brasileira nesta segunda-feira (1º), eram italianos que estiveram em uma missão oficial na cidade de Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, durante a última semana.

De acordo com Ivanor Minatti, presidente da organização não-governamental Circolo Trentino di Curitiba, a delegação, composta pelo diretor-geral da Trentini Nel Mondo, Rino Zandonai, pelo deputado Giovanni Lenzi e pelo prefeito da cidade de Canal San Bovo, Luigi Zortea, embarcou às 16h05 do domingo (31) no Aeroporto de Florianópolis (SC) em uma aeronave da TAM com destino ao Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, onde fez conexão com o voo 447, às 19 horas.

O grupo chegou a Curitiba no dia 23 e foi recebido pelo governador em exercício Orlando Pessutti, pelo prefeito de Piraquara, Gabriel Samaha, e pelo presidente da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar), Stênio Jacob, além de representantes da Circolo Trentino di Curitiba, entidade que busca estreitar os laços entre a comunidade brasileira de descendentes da região de Trento, na Itália, com o país de origem.

Durante a visita, o grupo vistoriou as obras da Cooperativa Trento Transforma, que está sendo construída pela Sanepar em Piraquara, como medida compensatória pela construção da uma barragem. A delegação assinou ainda um acordo de irmandade entre oito municípios da região trentina com a cidade de Piraquara. Na tarde do último domingo, embarcou no voo que os levaria para Paris, na França.

O presidente da Circolo Trentino di Curitiba, que acompanhou os italianos durante toda a viagem oficial, conta que ainda conversou com o grupo pouco antes do embarque no Rio de Janeiro. "Deixei-os no Aeroporto de Florianópolis e depois liguei para eles para confirmar se não havia nenhum atraso", lembra Minatti. "Eles estavam muito felizes com o acordo assinado em Piraquara", conta. Nesta segunda-feira, Minatti deve embarcar para a Itália para prestar condolências às autoridades do país.

O prefeito de Piraquara decretou luto oficial de três dias por conta da morte dos trentinos. Na próxima sexta-feira (5), às 19h30, será realizada uma celebração na Igreja Nossa Senhora da Assunção, na Colônia Santa Maria do Novo Tirol, em Piraquara, em memória aos italianos.

O voo 447

O avião, modelo A330-200 da Air France, decolou na noite de domingo (31) do Rio de Janeiro e desapareceu, segundo informações da Força Aérea Brasileira (FAB), a cerca de 308 quilômetros da costa brasileira, entre Recife e Fernando de Noronha, no Nordeste.

Segundo informações da Air France, 228 pessoas, sendo 216 passageiros e 12 tripulantes estariam na aeronave que deveria ter pousado em Paris, na França, às 6h15 (horário de Brasília).

  • Painel do aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, aponta o voo AF 447 como atrasado
  • Passageiros realizam check-in no Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro: Airbus com 228 pessoas a bordo sumiu dos radares sobre o Atlântico

A Força Aérea Brasileira (FAB) mobilizou cinco aviões e dois helicópteros para o arquipélago de Fernando de Noronha com intuito de ajudar nas buscas pelo avião da Air France que desapareceu com 228 pessoas a bordo. As operações prosseguirão durante a noite nesta segunda-feira (1º). Já a Marinha informou que três navios de sua frota chegarão às 7h da manhã de quarta-feira.

Brasileiros e franceses formavam a maioria dos passageiros. O voo AF 447 seguia para Paris e, aproximadamente às 23h, sumiu dos radares dos controles aéreos quando sobrevoava o Oceano Atlântico.

Entre os ocupantes do avião - 216 passageiros e 12 tripulantes, segundo a Air France - há um bebê, sete crianças, 82 mulheres e 126 homens.

Segundo o site da companhia, estavam a bordo 58 passageiros brasileiros e 61 franceses, além de 26 alemães, 2 norte-americanos, 1 sul-africano, 1 argentino, 1 austríaco, 1 belga, 58 brasileiros, 5 ingleses, 1 canadense, 9 chineses, 1 croata, 2 espanhóis, 4 húngaros, 3 irlandeses, 1 islandês, 9 italianos, 5 libaneses, 2 marroquinos, 1 filipino, 2 poloneses, 1 romeno, 1 russo, 3 eslovacos, 1 dinamarquês, 1 estoniano, 1 gambiano, 1 sueco, 6 suíços, 1 holandês, 3 noruegueses e 1 turco.

A Polícia Federal do Brasil, por sua vez, contabilizou 52 brasileiros a bordo - 51 passageiros e um tripulante, segundo a Anac. A nota da Anac informa que havia alguns passageiros com dupla nacionalidade.

O voo AF 447, que levava 216 passageiros e 12 tripulantes, segundo a empresa, deveria ter pousado às 6h10 (horário de Brasília) no aeroporto Charles de Gaulle, em Paris.

A companhia disse que a aeronave estava em uso desde 2005, tinha 18.870 horas de voo e passou por manutenção técnica pela última vez em 16 de abril.

A companhia Air France informou que o avião mandou uma mensagem automática às 2h14 GMT desta segunda-feira (23h14 de domingo em Brasília) avisando sobre uma pane elétrica.

O aviso teria sido mandado depois que o avião comercial, um Airbus 330-200, atravessou uma área de tempestade, em que enfrentou forte turbulência.

François Brousse, diretor de Comunicação da empresa, disse em Paris que a hipótese "mais provável" é que a aeronave tenha sido atingida por um raio.

O comandante, segundo a Air France, tinha 11 mil horas de voo. Os copilotos tinham 3 mil e 6,6 mil.

A Air France colocou à disposição de familiares um telefone que centraliza informações sobre o acidente: 0800 881 2020 para o Brasil, 0800 800 812 para a França, e + 33 1 57 02 10 55 para outros países.

A Air France repassou ao Bureau de Investigação e Análises para a Segurança de Aviação civil, organismo responsável na França pelas investigações técnicas sobre acidentes e incidentes da aviação civil, e para a Airbus, fabricante do avião, as informações que tem em seu poder sobre o desaparecimento.

Buscas

O voo, que começou o procedimento de voo às 19h03 do domingo e decolou às 19h30, segundo a Aeronáutica, fez o último contato via rádio com o Centro de Controle de Área Atlântico (Cindacta III) a 565 km de Natal, informando que entraria no espaço aéreo de Dacar, no Senegal, às 23h20 de Brasília, segundo a Aeronáutica.

Às 22h48 (horário de Brasília), quando a aeronave saiu da cobertura do Cindacta, as informações indicavam que a aeronave voava normalmente a 11 quilômetros de altitude e a uma velocidade de 840 quilômetros por hora.

Os controles aéreos civis brasileiro, africano, espanhol e francês tentaram estabelecer contato com o voo, mas não obtiveram sucesso.

Três aviões da Força Aérea Brasileira e três navios da Marinha buscam o avião. Segundo o assessor de imprensa da Aeronáutica, coronel Henry Munhoz, as buscas foram iniciadas ao nascer do sol. "Aeronaves da Força Aérea Brasileira, a partir de Fernando de Noronha, no sentido de Paris, buscam a aeronave desaparecida", disse Munhoz.

De acordo com o coronel, o avião não foi detectado nos radares da Ilha do Sal, que fica no meio do caminho entre Brasil e Europa. "Em consequência disso, a Força Aérea Brasileira foi acionada durante a madrugada para que as buscas fossem iniciadas com o nascer do sol."

O assessor da Aeronáutica explica que o departamento de controle do espaço aéreo tem uma cobertura que corresponde a três vezes a dimensão do Brasil. Boa parte do Oceano Atlântico está sob a responsabilidade do país, de acordo com tratados internacionais. Portanto, as buscas estão a cargo do país.

Uma aeronave militar francesa deixou Dacar, no Senegal, para tentar localizar o avião, informou a embaixada da França naquele país africano.

Um avião da guarda civil espanhola somou-se nesta segunda-feira às buscas do A330 da Air France que fazia o voo Rio-Paris e que desapareceu no oceano Atlântico, informou o ministério espanhol do Interior.

Segundo Carlos Camacho, diretor de segurança do Sindicato Nacional dos Aeronautas, o avião pode estar fora do perímetro brasileiro. "Se o piloto estava seguindo para Paris, a 800 km/h, ele estaria perto de pousar, cerca de quatro horas do procedimento de pouso. É muito provável que ele esteja no perímetro dos continentes europeu e africano."

O ministro francês do Desenvolvimento, Jean-Louis Borloo, disse em entrevista à radio France Info que, infelizmente, deve-se esperar pelo "mais trágico cenário", uma vez que a reserva de combustível do avião já deve ter acabado. Ele também descartou a possibilidade de sequestro e disse que o mais provável é que tenha havido um acidente.

O governo francês montou uma "célula de crise" no aeroporto para acompanhar o caso.

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