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Buscas por menino Juan na Baixada Fluminense são suspensas, diz PM

As buscas pelo menino Juan, de 11 anos, que desapareceu após um tiroteio na Favela Danon, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, no último dia 20, foram suspensas no início da noite deste sábado (2). As informações são da Polícia Militar. Segundo a PM, os trabalhos serão retomados na manhã de domingo (3). As equipes não encontraram novas pistas.

Com a ajuda de cães farejadores, policiais militares do 20º BPM (Mesquita) percorreram vários pontos do bairro Palhada, em Nova Iguaçu, após receberem novas informações do Disque-Denúncia.

Segundo o tenente-coronel Sérgio Mendes, comandante do 20º BPM, as buscas foram suspensas devido ao difícil acesso a algumas áreas e à baixa visibilidade. "As nossas equipes estão entrando em áreas rurais e percorrendo estradas de terra. A área é muito ampla para se procurar por um só dia. Os cães ajudam farejando as roupas do menino", disse ele.

Cerca de 20 PMs participaram das buscas neste sábado. A criança sumiu após uma troca de tiros entre traficantes e policiais do 20º BPM na comunidade Danon. O irmão de Juan, Wesley, de 14 anos, e outro jovem Wanderson dos Santos de Assis, de 19, foram baleados. Eles deixaram o Hospital Adão Pereira Nunes, em Saracuruna, na quinta-feira (30).

38 pessoas já foram ouvidas

Na sexta-feira (1º), a chefe de Polícia Civil do Rio, delegada Martha Rocha, informou que 38 pessoas já foram ouvidas sobre o desaparecimento de Juan. A delegada disse ainda que as investigações estão com a Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense e que já foram feitos exames periciais em armas e em cinco viaturas do batalhão. Também foi coletado material genético da família do menino para uma possível identificação dele.

Segundo Marta Rocha, Wanderson aguarda o julgamento em liberdade provisória. Ele vai responder por tentativa de homicídio. No entanto, a família afirma que ele é inocente.

Beltrame fala em punição

No início da tarde de sexta, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, afirmou que, caso policiais militares do 20º BPM (Mesquita) ou algum servidor público estejam envolvidos no desaparecimento de Juan, eles serão punidos.

"O meu compromisso é de que nós precisamos dar uma resposta à sociedade e deixar aqui muito claro que se, por ventura, houver a participação de um servidor público, será exemplarmente punido, como nós viemos fazendo até agora", disse Beltrame.

O secretário informou ainda que Wanderson de Assis está sendo protegido pela Coordenadoria de Recursos Especiais (Core).

Programa de Proteção

Na quinta-feira (30), a Secretaria de estado de Assistência Social e Direitos Humanos (SEASDH) informou que a família de Juan entrou para o Programa de Proteção à Criança e ao Adolescente Ameaçado de Morte.

Durante o período de internação, Wanderson dos Santos de Assis, 19 anos, um dos jovens baleados, chegou a ficar sob custódia, mas na terça-feira (28), a Justiça concedeu liberdade provisória ao jovem. A família do jovem afirma que ele trabalha numa loja de doces, estuda no município e não tem ligação com o tráfico.

Disque-Denúncia lança cartaz

Para conseguir pistas sobre o menino, o Disque-Denúncia lançou na quarta-feira (29) um cartaz com uma foto de Juan. A central já recebeu algumas ligações e a expectativa é de que com a divulgação desse cartaz, o número de denúncias aumente. Quem tiver informações sobre o paradeiro do menino pode ligar para o número (21) 2253-1177. O anonimato é garantido.

Investigação

Segundo informações da assessoria da Polícia Civil na segunda-feira (27), testes de luminol feitos por peritos deram positivo em cinco viaturas do 20º BPM (Mesquita), mas só exames laboratoriais vão poder confirmar se as marcas encontradas são de sangue.

Segundo o delegado-adjunto da 56ª DP (Comendador Soares), Rafael Ferrão, os dados dos GPS dos carros já estão na delegacia e eles devem ser confrontados com o relato dos policiais do batalhão. A Polícia Militar abriu uma sindicância para apurar se houve envolvimento de policiais no desaparecimento. Também na segunda, a Comissão de Direitos Humanos da Alerj ouviu a família de Juan.

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