São Paulo O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, chega hoje à tarde a São Paulo sob um fortíssimo esquema de segurança. Pelo menos 1,3 mil policiais militares e civis, além de agentes de segurança norte-americanos, do Exército brasileiro e da Polícia Federal, farão a segurança de Bush, que só amanhã se reúne com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O trajeto da comitiva de Bush entre o aeroporto internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, até o hotel onde ele ficará hospedado (provavelmente o Hotel Hilton) deve ser feito de carro. O trânsito nas ruas e avenidas onde a comitiva presidencial for passar deverá ser interditado. Cerca de 350 viaturas policiais estarão a postos para garantir a segurança do presidente norte-americano.
Entrevista
Na antevéspera da chegada ao Brasil, o presidente Bush concedeu uma entrevista em Washington a jornalistas da América Latina em que deu o tom da visita. Confirmou o interesse em firmar uma aliança estratégica com o Brasil para desenvolver um mercado mundial de álcool (etanol) e também aproveitou para criticar o modelo bolivariano de desenvolvimento propagado por Hugo Chávez, presidente Venezuelano (leia mais na outra reportagem desta página).
Bush admitiu que os Estados Unidos pretendem tornar-se menos dependentes do petróleo como fonte de energia e que, ao firmar uma parceria com o Brasil, podem disseminar a tecnologia do etanol por outros países da região além, obviamente, da possibilidade de comprar álcool combustível brasileiro.
Álcool
A projeção do governo dos EUA é de que o país vá consumir 35 bilhões de galões álcool no futuro (o equivalente a 132,5 bilhões de litros). O Brasil produz hoje 17,4 bilhões de litros anuais, o equivalente a 13% dessa previsão.
"As implicações políticas disso são profundas porque nós vamos nos tornar menos dependentes de petróleo, o que é bom para a segurança nacional, e isso nos ajudará a sermos bons representantes do meio ambiente", disse o presidente norte-americano. "Eu acredito que os EUA e o Brasil podem trabalhar juntos para compartilhar tecnologia com outros países da região, tornando-os menos dependentes de petróleo. Isso é importante porque a dependência do petróleo expõe as economias aos caprichos do mercado."
Bush também elogiou o presidente Lula. "Nós viemos de tendências políticas diferentes, eu admito. Mas, apesar disso quando escutamos de forma cuidadosa, achamos objetivos comuns." Para Bush, dentre os objetivos comuns dele e de Lula estariam a preocupação com os pobres e com a promoção dos direitos humanos.