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Uma cabine da Polícia Militar foi atingida por um tiro disparado por criminosos, na manhã desta segunda-feira (22) na Rua Monsenhor Félix, em Irajá, no subúrbio do Rio de Janeiro. A Polícia Militar ainda não tem informações sobre quem seria o autor do disparo.

O crime cocorreu após uma sequência de cinco arrastões, em apenas 24 horas, realizada em vários pontos na capital e no Grande Rio. Entretanto, a PM ainda não tem informações se o disparo contra a cabine tem alguma relação com os arrastões.

Rio tem sequência de cinco arastões em menos de 24 horas

Depois da série de ataques contra motoristas, o governador Sérgio Cabral afirmou que a polícia prepara uma reação organizada para os ataques criminosos. Cabral admitiu que os crimes podem ser reflexo da expansão das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP). "Claro que isso tem a ver com a reorganização do território que reconquistamos. Vamos continuar pacificando porque ainda tem comunidades que servem de fortaleza e escudo para o crime", disse o governador.

"Beltrame está reunido com a cúpula da segurança pública para definir quais serão os próximos passos da Polícia Militar. Estamos preparando uma reação organizada", disse o governador durante um Seminário Internacional sobre Políticas de Enfrentamento de Eventos Climáticos.Motos vão reforçar policiamento

Uma das medidas para melhorar a agilidade dos policiais nas ruas é o aumento do uso de motocicletas. "O objetivo é conseguir chegar mais rápido ao local das ocorrências, já que os engarrafamentos dificultam a chegada dos carros", explicou o Relações Públicas da POlícia MIlitar, coronel Lima Castro.

Ele nega que haja suspeita de que os ataques em diferentes partes do Rio tenham sido orquestrados por uma mesma quadrilha. "Já temos uma suspeita sobre um grupo que estaria novamente agindo na Zona Sul. Todos os dados estão sendo analisado pela área de inteligência para que a gente possa colocar essas pessoas atrás das grades", afirmou Lima Castro.

'Pensei: acabou a minha vida', diz vítimaUma das vítimas do ataque de criminosos que incendiaram três veículos na manhã desta segunda-feira (22) em Irajá, no subúrbio do Rio, o mecânico Wagner Villas Boas, de 45 anos, foi confundido com um policial e chegou a ficar na mira de uma arma engatilhada antes de ver seu carro em chamas.

"Eles chegaram, cheios de fuzil, gritando: ‘perdeu! perdeu! Borel!' Um me mandou sair do carro, eu levantei, pedi a carteira de habilitação e eles acharam que eu era policial. Aí um foi para tacar fogo no banco do carro e o outro pegou a minha carteira e engatilhou a arma. Mas com o barulho do impacto do fogo, eles saíram correndo e eu também. Pensei: acabou a minha vida. Achei que eles iam colocar fogo no carro comigo e tudo", lembra ele, que tinha acabado de deixar o filho, com quem passara o fim de semana, na escola e voltava para casa para ir trabalhar.

Como foi

Após o fim de semana de arrastões no Rio e Grande Rio, cinco homens armados fecharam a Rua Itapera, em Irajá, no subúrbio da capital, nas proximidades do Trevo das Margaridas, na Avenida Brasil, nesta manhã e assaltaram pelo menos três motoristas. Segundo policiais do Batalhão de Polícia Rodoviária Estadual (BPRv), os suspeitos roubaram os pertences dos motoristas e incendiaram três carros.

De acordo com o BPRv, não há informações sobre feridos. Os veículos foram incendiados na saída da Via Dutra, na pista sentido Centro. Com isso há reflexos no tráfego da rodovia, que está congestionado a partir do Trevo das Margaridas.

Dutra e Linha Vermelha

Durante o fim de semana, os cariocas foram vítimas de pelo menos quatro arrastões. O primeiro crime aconteceu na Linha Vermelha, no início da tarde de domingo (21), quando seis homens armados de fuzis incendiaram dois veículos e dispararam várias vezes contra um carro da Aeronáutica. Ninguém ficou ferido.

O ataque ocorreu na via expressa, no acesso a Duque de Caxias, na pista sentido Rodovia Presidente Dutra. De acordo com a assessoria de imprensa da Polícia Militar, um terceiro carro, um Corsa, também foi roubado pelos criminosos, mas não foi incendiado.

A outra ocorrência foi na Rodovia Presidente Dutra, altura do Km 163, na Pavuna, no subúrbio. Segundo a polícia, três homens armados com fuzis atacaram motoristas na Dutra, pista sentido São Paulo. Eles roubaram um Prisma e um Kia. Policiais militares que passavam pelo local trocaram tiros com os criminosos. Não há informações sobre feridos.Zona Sul

À noite, na Rua Presidente Carlos Campos, próximo ao Palácio Guanabara, em Laranjeiras, na Zona Sul, quatro homens armados com pistolas, que estavam em um Peugeot, atacaram os ocupantes de um veículo que estava estacionando em Laranjeiras. Eles levaram os pertences das vítimas, que voltavam de uma festa, e fugiram.

Motorista morto durante tentativa de assalto na BR-116

No sábado (20), um motorista foi morto durante uma tentativa de assalto na BR-116, No trecho Rio-Magé. Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), cerca de oito homens armados em três carros fecharam uma das faixas da pista sentido Rio de Janeiro, na altura de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Ainda de acordo com a PRF, a vítima passava pela rodovia com a mulher e o filho, quando foi abordada por um dos assaltantes. O criminoso teria atirado após o motorista desobedecer à ordem de parar. A vítima bateu em outros carros, deixando duas pessoas levemente feridas.

Nova modalidade de crime

Desde o início do mês de novembro, foram registrados mais de sete ataques de criminosos que terminaram com veículos incendiados. A Secretaria de Segurança Pública e a Polícia Civil investigam se esta já pode ser considerada uma nova modalidade de crime. O incêndio dos veículos seria para destruir provas contra os criminosos.

A série de assaltos vem mudando a rotina do carioca e deixando motoristas em sinal de alerta, mudando horários e alterando opções de caminhos ao se deslocar pela cidade.

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