O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), rompeu o silêncio e falou nesta quarta-feira, pela primeira vez, sobre o acidente com o bondinho de Santa Teresa, no sábado, que matou cinco pessoas e deixou 57 feridas. Ele descreveu a frota de bondes como "sucateada" e apontou um "problema de gerência". Na terça, ele nomeou o presidente do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro), Rogério Onofre, como interventor do sistema de bondes, atualmente administrado pela Secretaria de Transportes.
"Não vou me precipitar, já ouvi muitas opiniões a respeito. Estou colocando o Rogério Onofre para me dar um diagnóstico verdadeiro, para relatar de fato quais são as condições para que possamos, juntos, com sociedade e autoridades, decidirmos o que queremos para o bonde de Santa Teresa", disse. Cabral participou da cerimônia de doação de R$ 30 milhões pelo empresário Eike Batista para terminar a construção do Hospital Pro Criança, em Botafogo, na zona sul.
"A verdade é que é a frota dos bondinhos é uma frota sucateada. É uma frota onde foram reformados alguns bondes e outros não. A verdade também é que não há controle de passageiros", afirmou. "Que ele (o bonde) não é um transporte de massa, não é. Que há um descontrole na entrada (de passageiros), há. Havia um excesso de passageiros absurdo na hora da tragédia".
Perguntado três vezes se irá manter no cargo o atual secretário de Transportes, Júlio Lopes, Cabral optou por não responder. O governador afirmou que não faltaram investimentos no sistema. "Foram R$ 14 milhões em investimentos para a recuperação de bondes e trilhos, isso foi feito. Mas me parece que houve problema de gerência", afirmou.
Ele lamentou o acidente: "Nossa manifestação de consternação e solidariedade aos familiares e vítimas dessa situação. O Estado se coloca à disposição e não vai fugir das duas responsabilidades", disse.
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