Policia indicia 31 pessoas por tráfico de aves
O inquérito que apura o maior esquema de tráfico de aves no Brasil foi concluído com o indiciamento de 31 pessoas, na última sexta-feira. A quadrilha foi desmontada pela Operação São Francisco, desencadeada pela Polícia Federal (PF) em parceria com fiscais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no dia 30 de junho.
Burko e Rasca dizem que PF se "equivocou"
O ex-presidente do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Victor Hugo Burko, afirmou que não foi indiciado na Operação São Francisco porque a Polícia Federal (PF) "não tinha elemento nenhum" contra ele. Burko disse que a possibilidade de indiciamento aventada pela PF gerou um desgaste da sua imagem.
Cascavel - Um suposto esquema de abate clandestino de animais de grande porte principalmente onças no Pantanal, Amazônia e outras regiões brasileiras foi desarticulado, ontem, por uma ação conjunta da Polícia Federal (PF) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Oito suspeitos foram detidos em flagrante na Operação Jaguar (quatro argentinos, três brasileiros e um paraguaio). Outras cinco pessoas ainda são procuradas. Ao todo, foram cumpridos 21 mandados em cidades do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Paraná. O grupo preso em flagrante tentava caçar em Sinop (MT). Entre os presos está o dentista Eliseu Augusto Sicoli, de Cascavel. Ele é apontado pela polícia como o chefe do esquema, acusado de ser o responsável por organizar safáris e levar caçadores até a região. O preço pago pelos "turistas" chegava a US$ 1,5 mil (cerca de R$ 2,6 mil). Na mesma ação foi preso Marco Antônio Moraes de Melo, filho de Antônio Teodoro de Melo Neto, o Tonho da Onça, considerado um dos maiores caçadores de felinos do Brasil e também procurado pela polícia. No Paraná, os policiais cumpriram mandados em Curitiba, Cascavel e Corbélia, no Oeste do estado. Segundo o delegado Algacir Mikalovski, nas duas residências averiguadas no interior foram encontradas 25 armas de caça, munições e fotos de animais mortos, além de cabeças e couro de animais empalhados. As investigações começaram no ano passado, depois que carcaças de onças foram encontradas em algumas fazendas da região e do sumiço de felinos que eram monitorados pelo Ibama. De acordo com a polícia, os caçadores chegam ao Pantanal por meio de aviões particulares. Além do transporte, seria oferecido aos turistas armamento, cães e mateiros especializados. Depois de tirar fotos dos animais abatidos, os caçadores destroem as carcaças. "Fotos e algumas cabeças empalhadas seriam os troféus levados para as residências de empresários aqui do Brasil e do exterior", diz Mikalovski. Estima-se que pelo menos 28 onças foram mortas no ano passado. Os suspeitos serão indiciados com base na Lei de Crimes Ambientais, como perseguir, caçar ou matar animais da fauna silvestre sem permissão (pena varia entre seis meses e um ano), por porte ilegal de arma de fogo (pena prevista é de um até quatro anos de reclusão) e formação de quadrilha (pena entre um e três anos).
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