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Caçadas de Pedrinho vai ser liberado pelo MEC

Com base em críticas encaminhadas ao governo, o ministro da Educação, Fernando Haddad, decidiu não acatar o polêmico parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) que recomendava excluir Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato, da lista de livros distribuídos às escolas. Divulgado na semana passada, o parecer apontou preconceito racial na obra, que conta a história da caçada de uma onça por Pedrinho e personagens do Sítio do Picapau Amarelo. Mas, por decisão de Haddad, o parecer terá de ser revisto.

No máximo, haverá uma recomendação para que a editora inclua uma explicação do conteúdo do livro, publicado pela primeira vez em 1933, sobretudo quando trata de Tia Nastácia, empregada doméstica negra da história, e de animais como urubu e macaco. "Recebi muitas manifestações para afastar qualquer hipótese, ainda que por razões justificadas, de censura ou veto a uma obra, sobretudo de Monteiro Lo­­bato", disse o ministro. "Eu re­­lativizaria o juízo que foi feito", afirmou Haddad, sobre o pa­­recer do CNE. E completou: "Pessoal­mente, não vejo racismo".

A legislação prevê que obras distribuídas à rede escolar tenham o conteúdo analisado e possam ser excluídas da lista por referências homofóbicas ou racistas. Também é prevista a possibilidade de recurso caso uma obra seja vetada. "Há casos em que livros devem ser afastados, mas não no caso de um clássico como Caçadas de Pedrinho."

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