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Cada US$ 1 investido no tratamento contra depressão e ansiedade gera um retorno de US$ 4 por meio de melhorias na saúde e na capacidade de trabalho do paciente, de acordo com estudo conduzido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). A publicação estima, pela primeira vez, benefícios financeiros e na área de saúde associados a investimentos no tratamento das duas formas mais comuns de doença mental em todo o mundo.

De acordo com a OMS, o estudo publicado na quarta-feira (13) no periódico The Lancet Psychiatry oferece um forte argumento para mais investimentos nos serviços de saúde mental em países com todos os tipos de renda. “Sabemos que o tratamento contra depressão e ansiedade é bom para a saúde e o bem-estar do paciente. Essa publicação confirma que ele também faz sentido do ponto de vista econômico”, disse a diretora-geral da entidade, Margaret Chan.

Procurando tratamento

Saiba como funciona em Curitiba o sistema de atendimento público para transtornos de saúde mental:

- Porta de entrada: Profissionais das equipes do programa Saúde da Família e das Unidades Básicas de Saúde fazem o diagnóstico dos transtornos e encaminham para tratamento que, em alguns casos, pode ser realizado na própria UBS.

- Caps: Quando o caso necessita de uma atenção maior, o paciente é encaminhado para tratamento em um Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Nesse local, ele é atendido por uma equipe multidisciplinar, que constrói um projeto terapêutico próprio para cada pessoa. Em algumas situações, o paciente pode ter de dormir no local.

- Hospital: Apenas os pacientes mais graves, que apresentam risco para si ou outros, são encaminhados para internação no hospital. Mas a ideia é que essa passagem seja breve e que ele possa voltar ao convívio familiar.

Fonte: Luciana Savaris, psicóloga e Diretora do Departamento de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde

Dados da organização indicam que o quadro de doença mental tem se agravado globalmente. Entre 1990 e 2013, o número de pessoas com depressão e/ou ansiedade aumentou em quase 50%, passando de 416 milhões para 615 milhões. Isso significa que cerca de 10% da população global são afetados pelo problema e que as desordens mentais respondem por 30% das doenças não fatais registradas no mundo.

A pesquisa calculou os gastos com tratamento e os resultados em saúde de 36 países de baixa, média e alta renda. Os custos estimados para ampliar o tratamento, principalmente o aconselhamento psicossocial e a medicação antidepressiva, totalizaram US$ 147 milhões. O retorno, entretanto, supera de longe a cifra: uma melhora de 5% na participação da força de trabalho, o que torna a produtividade avaliada em US$ 399 bilhões. A melhora na saúde do paciente acrescenta mais US$ 310 bilhões à economia.

Apesar disso, o estudo alerta que o investimento atual em serviços de saúde mental permanece bem abaixo do necessário. De acordo com o Atlas da Saúde Mental 2014, os governos gastam, em média, 3% de seu orçamento em saúde com a área de saúde mental – variando de menos de 1% em países de baixa renda a 5% em países de alta renda.

Emergências humanitárias e conflitos em curso, segundo a pesquisa, aumentam ainda mais a necessidade de ampliar as opções de tratamento em saúde mental. A OMS estima que, em meio a essas situações, o cenário possa chegar a uma em cada cinco pessoas afetadas por depressão e ansiedade. “Precisamos encontrar meios de garantir que o acesso a esses serviços se tornem uma realidade para todos os homens, mulheres e crianças, onde quer que estejam”, acrescentou a diretora-geral da organização.

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