A prefeitura de Paranaguá está cadastrando os pescadores que foram impedidos de trabalhar após o incêndio da empresa Brasmar, que ocasionou o vazamento de um líquido tóxico no Rio Emboguaçu, há duas semanas. Ontem foram cadastrados pescadores que moram nos bairros Beira Rio, Vila do Povo, Vila Primavera e Vila Guarani. Os que moram no Jardim Iguaçu podem fazer o cadastro hoje ou amanhã, das 14 às 18 horas na Escola Arminda de Souza Pereira.
A medida é uma ação prevista pelo decreto 1.178, que impede a pesca por um mês e pretende identificar as pessoas que foram diretamente atingidas pelo acidente ambiental. O decreto também prevê a entrega de cestas básicas para quem teve o trabalho interrompido. De acordo com a assessoria de imprensa da prefeitura de Paranaguá, as próximas medidas serão anunciadas em breve.
Contenção
De acordo com informações do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), o local do vazamento continua com barreiras de contenção. A empresa Aquaplan está trabalhando na área, sob a supervisão do IAP, para conter o produto químico e os resíduos gerados pelo incêndio. A assessoria de imprensa do instituto informou que o laudo técnico do acidente ambiental deve ser finalizado na próxima semana.
A Federação Paranaense das Entidades Ambientais (Fepan) informou em nota que o departamento técnico da entidade encontrou diversos metais pesados (chumbo, mercúrio e óxido de zinco) no Rio Emboguaçu, todos eles acima dos níveis máximos aceitos pela Organização Mundial da Saúde. Hoje, a entidade vai emitir o primeiro laudo prévio sobre o acidente. Na próxima segunda-feira, um segundo documento, com informações mais detalhadas, será divulgado.
Em nota, a empresa Brasmar informou que começou a conversar com a comunidade local e abriu um canal de comunicação para que as "famílias esclareçam a sua situação." Sobre a questão ambiental, a empresa informou que continuam os trabalhos de monitoramento do rio, e que o vazamento está contido.