Ponta Grossa Graciele de Paula Rosa, 24 anos, está presa há 14 meses e desde então não se sente mais como um ser humano. Motivos não lhe faltam: confinada junto com outras 27 mulheres num espaço destinado para oito pessoas, ela reclama da sujeira que atrai baratas e formigas, da falta de ventilação, da umidade, dos banhos frios e sente saudades de contato, nem que mínimo, com o sol. Por isso, Graciele, assim como outras três detentas da 13.ª Subdivisão Policial (SBP) de Ponta Grossa, está comemorando a transferência para a penitenciária feminina.
Foi justamente por considerar subumanas as condições da carceragem da 13.ª SBP que o juiz da Vara de Execuções Penais, Antônio Acir Hrycyna, determinou que o local seja reservado apenas para as mulheres. As duas celas que abrigam presos do sexo masculino devem ser desocupadas o mais breve possível.
Foram as próprias detentas que relataram a situação em que vivem ao juiz. Na carta enviada à Vara de Execuções Penais, elas falavam que viviam como animais. Para a penitenciária feminina só poderão ser transferidas as quatro detentas que já foram condenadas. Lá, além de direito a banho de sol e condições mínimas de higiene, as detentas terão a chance da remissão de pena a cada três dias de trabalho, um dia a menos na prisão.
Impasse
A determinação do juiz para que a carceragem seja reservada apenas para as mulheres gerou um novo impasse para o delegado-chefe Noel Muchinski, da 13.ª SBP. O minipresídio Hildebrando de Souza, para onde os homens condenados são mandados em Ponta Grossa, também está superlotado. Cerca de 250 presos ocupam o espaço que deveria abrigar apenas 116.
Além disso, pelo menos quatro detentos que estão hoje na delegacia são jurados de morte e não podem ser encaminhados para o presídio. Haveria inclusive risco de rebelião. Por isso, delegado e juiz negociam vagas em delegacias da região. Ainda esta semana, deve haver permuta de presos, com detentos que não têm problemas de relacionamento podendo ser transferidos para Ponta Grossa.
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