FOZ DO IGUAÇU - Os presos que aguardam sentença ou remoção nas cadeias públicas e delegacias do Paraná continuam expostos ao risco de contrair a gripe A(H1N1), conhecida como gripe suína. Apesar da determinação das secretarias estaduais de Justiça e Cidadania (Seju) e Criança e Juventude (Secj), a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) ainda não adotou medidas preventivas para evitar o contágio de presos e funcionários.
Preocupados com os riscos de contaminação, alguns diretores de cadeia e delegados determinaram por conta própria o uso de máscaras e luvas e a restrição a visitas aos que tiverem sintomas da gripe. A primeira a se prevenir foi a 54ª Delegacia Regional de Polícia, em Ivaiporã. Outras, como a Cadeia Pública Laudemir Neves, em Foz do Iguaçu, esperam a posição da Sesp, que deve ser anunciada hoje.
Dos cerca de 300 detentos do cadeião, mais de 80 são paraguaios. "As características da fronteira são suficientes para deixar a região em alerta. Os cuidados deveriam ser redobrados", afirma o enfermeiro Roberto Doldan. Apesar de um agente penitenciário de Ponta Grossa ter contraído a nova gripe, até agora não houve confirmação da doença em presos.
Seguindo as orientações da Vigilância Sanitária, as secretarias da Justiça e da Criança divulgaram essa semana uma série de procedimentos que devem ser aplicados em caso de suspeita da gripe suína nas 24 penitenciárias e centros de detenção, além dos centros de socioeducação do estado.
Na hipótese de suspeita de contaminação, o preso permanecerá isolado até o fim do período de contágio. Tendo recebido visita dois dias antes de apresentar os primeiros sintomas, a Secretaria Municipal de Saúde ficará responsável pelo acompanhamento e isolamento domiciliar dos familiares.
O medo de contaminação também fez a direção da Itaipu adotar medidas preventivas. No lado brasileiro, a partir de hoje os turistas que fizerem visitas técnicas no interior da hidrelétrica receberão máscaras. No lado paraguaio, as visitas ao complexo turístico da usina estão suspensas por tempo indeterminado desde sexta-feira. Em junho, cerca de 50 funcionários passaram dez dias em isolamento domiciliar depois de manter contato com um técnico que contraiu a doença na Argentina.
Os secretários estaduais da Saúde do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul reuniram-se ontem em Porto Alegre e iniciaram a unificação de um protocolo contra a gripe suína. Segundo o secretário do Paraná, Gilberto Martin, a unificação ocorre porque os três estados têm a mesma característica climática e a mesma preocupação com a região de fronteira.
Os secretários reiteraram a posição em favor da descentralização de exames laboratoriais. Atualmente, apenas três laboratórios estão autorizados a realizar os exames no Brasil: a Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro; o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo; e o Instituto Evandro Chagas, no Pará.