Quem ainda não comprou os equipamentos de segurança adequados para transporte de crianças deve ficar atento para o prazo estabelecido pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran), que começa a valer no dia 1.º de setembro e não deve ser ampliado, segundo a assessoria de imprensa do órgão. A Resolução n.º 277, de 2008, estabelece regras para que a criança, de zero a 7 anos e meio, seja transportada apenas em cadeirinhas, assento de elevação ou bebê conforto, dependendo da idade. A norma, que deveria ter começado a valer em junho, foi estendida na época pela falta do produto no mercado. A multa para quem não usar os aparelhos adequados é de R$ 191,54 e sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Após os 7 anos e meio até os 10 anos, a criança deve ser transportada no banco traseiro, com cinto de segurança. As normas estabelecidas para o uso da cadeirinha não são aplicáveis em veículos do transporte coletivo, de aluguel, táxis e veículos escolares. Ainda de acordo com a resolução do Contran, há exceção para veículos que tenham somente banco dianteiro. Os pais, neste caso, podem fazer o transporte, desde que tenham os equipamentos de retenção adequados.
Em Curitiba, as lojas e representantes não estão mais sofrendo com a falta do produto para o varejo. O representante da Galzerano na capital, Edvino Paulo Jamielniak, conta que a marca está conseguindo atender os pedidos normalmente. O único produto que a fábrica tem dificuldade maior para ofertar são os assentos de elevação o booster (indicado para crianças com mais de 4 anos). "A entrega é um pouco menor, não chega para atender toda a demanda", diz o representante. A gerente da Xiquita Megastore Batel, Lismarie Gribner, conta que não há falta em nenhum modelo de cadeiras, apenas em marcas específicas. "Alguns clientes querem uma marca específica que não tem na hora, mas a maioria acaba comprando uma semelhante." Em junho, a fila de espera para conseguir um equipamento de retenção chegou a 12 pessoas por vendedor da loja.
Na Baby Dreams, a espera somente ocorre quando o cliente procura um produto com preço mais acessível. "Pela pressa, a maioria acaba levando o que tem na hora. Mas procuramos ter um bom estoque para atender", diz a gerente Vânia Dias Morel, que acredita que os pais vão acabar deixando para os últimos dias, o que pode levar a novas faltas nas lojas. "Alguns não se preocupam em ver isso logo e vão atrás apenas na última hora." Na Denguinho Enxoval, segundo a gerente Aparecida Marta Weber Negrão, a procura continuou mesmo após a grande demanda no mês de junho. "Quase todos os dias temos pelo menos uma venda deste tipo de produto."
Campanhas
A assessoria de imprensa da Urbanização de Curitiba (Urbs) informou que as campanhas de conscientização para o uso dos equipamentos e do cinto de segurança continuarão, com abordagens nas escolas programadas para o início da semana do dia 23. O Batalhão de Polícia de Trânsito (Bptran) informou que a campanha realizada em junho foi bastante ampla e que ações educativas sobre o assunto devem acontecer na Semana Nacional do Trânsito, de 18 a 25 de setembro, cujo tema será "Cinto de Segurança e Cadeirinha".
Projeto municipal será retirado da Câmara
Projeto de lei de autoria do vereador João Cláudio Derosso (PSDB), aprovado ontem por maioria simples na Câmara Municipal, será retirado hoje pelo autor. A proposta tornava obrigatório o uso de dispositivo de retenção para crianças de até 10 anos de idade, diferente da regra nacional estabelecida pelo Contran, de 7 anos e meio.
O vereador, que havia feito o projeto em 2004, fará o pedido para cancelamento da medida justamente por já existir uma resolução que abrange todo o país. "Na época que propus não tinha nenhuma regra sobre o transporte de crianças nos carros", diz. Segundo o vereador, a lei seria "incoerente" se não fosse retirada. "Geraria um conflito entre a municipal e a nacional e atrapalharia pessoas que vêm de fora e que não estariam adequadas com a lei municipal."