Barato e com poder estimulante, o café é um produto básico na mesa do brasileiro e uma das bebidas mais consumidas do mundo. Mesmo tão popular, uma dúvida permanece na mente de muita gente: ele faz bem à saúde?
Especialmente devido à composição com cafeína, a bebida nem sempre foi associada a um estilo de vida saudável. Parte dessa má reputação foi construída com base em pesquisas publicadas nos anos 1970 e 1980, que associaram o consumo de café a riscos maiores de doenças cardíacas e câncer — mas sem que outros hábitos dos participantes, como dieta, uso de álcool ou tabagismo, fossem considerados. Atualmente, quanto mais a ciência investiga as propriedades e os efeitos do café, mais a bebida se afasta dessa imagem negativa.
Muita xícara
No Brasil, o consumo de café é de quase 5 quilos por pessoa, o equivalente a 81 litros por ano, segundo associações do setor.
O produto é rico em antioxidantes, ajuda a evitar o diabetes e, de acordo com recentes descobertas, não seria contraindicado sequer para quem sofre de doenças cardíacas. Além disso, é um aliado da performance durante o treino para quem pratica atividades físicas.
Vilão para o coração?
Na década de 1990, pesquisadores do Instituto Nacional do Câncer, nos Estados Unidos, acompanharam cerca de 400 mil pessoas entre 50 e 71 anos. No artigo publicado no The New England Journal of Medicine, em 2012, com os resultados da pesquisa, os cientistas mostraram que o risco de mortalidade entre os bebedores de café era até 10% menor em relação a quem não o consumia.
Em 2015, um estudo liderado por um pesquisador do Departamento de Nutrição da Escola de Saúde Pública da Universidade de Harvard, mostrou que os participantes que bebiam até cinco xícaras grandes de café por dia apresentaram menos risco de morrer de doenças cardiovasculares e diabetes tipo 2. Os resultados foram semelhantes para adeptos da bebida descafeinada, o que sugere que não seria apenas a cafeína a detentora dos benefícios, mas também outros agentes químicos presentes no grão da planta.
Mais efeitos
No Rio de Janeiro, a unidade Café e Cérebro do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino investiga desde 2012 a neurociência por trás do café. As pesquisas buscam entender melhor os efeitos dos componentes voláteis – as substâncias presentes no aroma – e os solúveis – que estão na bebida. Até mesmo o aspecto social da bebida é objeto de estudo: o café é um bom motivo para juntar as pessoas. No cérebro, os ácidos clorogênicos e a cafeína ajudam no desenvolvimento e no processo de desinflamação. Essas propriedades são benéficas nos casos de doenças degenerativas como Parkinson ou Alzheimer, quando há um processo inflamatório no órgão.
Pesquisadores ainda divididos
Os resultados a favor do café encontrados recentemente não tornam a bebida uma unanimidade. Entre a comunidade científica, a questão ainda divide os pesquisadores. Prova disso é o comunicado da Associação Americana do Coração, que não escolhe lados nesse conflito de anos de pesquisa. Em um texto publicado no site oficial, a entidade cita os efeitos metabólicos da cafeína, entre eles, o estímulo ao sistema nervoso central e o impacto nos rins, já que o consumo aumenta a produção de urina, podendo causar desidratação. O órgão americano pondera que há estudos que se contradizem sobre a ligação entre cafeína, consumo de café e doenças cardíacas coronarianas, mas afirma que uma a duas xícaras por dia não traria riscos à saúde. O texto faz menção aos sintomas de abstinência, como fadiga, dor de cabeça e até mesmo depressão, que podem surgir entre 12 e 24 horas depois da última dose de cafeína ingerida. O mal-estar causado pela falta da substância poderia levar entre 24 e 48 horas para desaparecer.
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