Número de passageiros cresce 14%
O Aeroporto Internacional Afonso Pena registrou um aumento de 14% no número de passageiros em 2011. De janeiro a maio, a média mensal de usuários chegou a 548,8 mil contra 481,2 mil pessoas em 2010. Pela primeira vez, ano passado, a movimentação no Afonso Pena ultrapassou a marca de 5 milhões de passageiros (veja infográfico). Se o ritmo se manter, o aeroporto deve fechar 2011 com uma movimentação de 6,5 milhões de viajantes.
Novas medidas
A Secretaria de Aviação Civil anunciou medidas para assegurar a normalidade das operações no período de férias, quando o trânsito de passageiros nos aeroportos deve aumentar 14%. Confira algumas das ações:
Criação dos Centros de Gestão Aeroportuária
Salas equipadas com tecnologia para comando e controle imediatos do processo de embarque e desembarque, com representantes da Infraero, Anac, Receita Federal, Polícia Federal e empresas aéreas. Já há salas em funcionamento em Guarulhos e Brasília. Até agosto, estão previstos novos centros em Confins (MG), Galeão (RJ), Santos Dumont (RJ) e Congonhas.
Tira-dúvidas
Mil funcionários da Infraero, usando coletes amarelos, reforçarão o atendimento aos passageiros, prestando informações e orientações. O serviço funcionará 24 horas nos aeroportos que atuam em período integral.
Internet grátis
Até o dia 20 de julho, será disponibilizado aos passageiros, de forma experimental, o acesso gratuito à internet nas salas de embarque de Guarulhos (SP), Congonhas (SP), Brasília e Galeão (RJ). O acesso se dará por 15 minutos. O tempo e o número de aeroportos contemplados serão expandidos ao longo deste ano.
Voos-online
A Infraero lançará até a próxima terça-feira a nova versão do aplicativo "Voos online", onde o usuário pode consultar a situação das chegadas e partidas em 50 aeroportos, a previsão do tempo na cidade e outras informações.
Investimentos
A Infraero afirma ter feito uma série de melhorias e obras desde 2006, ano do caos aéreo. Os investimentos chegariam a R$ 1,1 bilhão até o ano passado. Veja as principais intervenções:
2007
- R$ 384 milhões na ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Santos Dumont (RJ).
- R$ 209 milhões na modernização do terminal de passageiros de Congonhas (SP).
2008
- R$ 39 milhões no novo terminal de cargas do aeroporto de Fortaleza (CE).
- R$ 29,5 milhões na modernização do acesso do aeroporto de Salvador (BA).
2009
- R$ 25 milhões na torre de controle no aeroporto de Fortaleza (CE).
- R$ 27,8 milhões em um novo terminal de passageiros no aeroporto de Cruzeiro do Sul (AC).
- R$ 10,6 milhões na reforma do terminal de passageiros do aeroporto de Boa Vista (RR).
2010
- R$ 7,6 milhões na revitalização das pistas e pátio do aeroporto do Galeão (RJ).
- R$ 8,6 milhões na ampliação do estacionamento de veículos do aeroporto de Confins (MG).
Ano passado, 23% dos voos previstos nos aeroportos brasileiros sofreram atrasos ou foram cancelados. O número, divulgado semana passada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), é parte do índice de eficiência operacional (IEO), porcentual que calcula as chances de o passageiro embarcar ou aterrissar sem problemas no país. Pela primeira vez, desde 2007, o IEO sofreu queda, passando de 80% em 2009 para 77% em 2010. Por outro lado, a média de passageiros embarcando e aterrissando nos aeroportos aumentou 40% no mesmo período. Para especialistas e autoridades do setor, a qualidade da prestação de serviços, apesar da baixa pequena no último ano, tende a piorar.
A previsão leva em conta uma equação difícil de ser balanceada: a evolução da demanda de passageiros contra os investimentos em infraestrutura. Em 2007, uma média de 9,2 milhões de pessoas por mês viajou de avião no país, número que chegou a 12,9 milhões em 2010. Considerando os primeiros cinco meses deste ano, a média é ainda maior, com 14,3 milhões de passageiros passando pelos aeroportos brasileiros a cada mês (veja infográfico). Enquanto isso, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) afirma ter investido R$ 1,1 bilhão em obras desde 2006, ano do caos aéreo.
Valor insuficiente, segundo o presidente da Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo (Andep), Cláudio Candiota Filho. "Hoje a desculpa mais usada para os problemas nos aeroportos é que houve um grande crescimento da demanda. A questão não é essa. A infraestrutura no transporte aéreo precisa ser planejada pensando em décadas à frente. Eu preciso projetar a demanda que vou ter daqui a dez anos se quiser manter minha estrutura eficaz e compatível. E esse planejamento não ocorreu no passado recente", avalia.
Os problemas de estrutura não se referem somente aos terminais de passageiros esgotados, mas também à falta de espaço para as aeronaves ficarem estacionadas. O gargalo cria o chamado sequenciamento, em que os aviões têm de aguardar no chão ou no espaço aéreo até serem autorizados a decolar ou aterrissar, gerando atrasos nos voos.
"Boa estrutura é aquela que tem folga de capacidade para operar. E, hoje, há uma correlação direta entre o aumento da demanda e a não aptidão da capacidade operacional dos aeroportos, seja pelas poucas pistas disponíveis, terminais pequenos ou falta de equipamentos modernos de navegação", analisa o doutor em Engenharia de Transportes e ex-secretário de Transportes do Paraná Mario Stamm Júnior.
Atrasos
No último ano, o índice de pontualidade dos voos brasileiros sofreu queda de 4 pontos porcentuais, passando de 87% em 2009 para 83% em 2010. O índice medido pela Anac aponta o porcentual de etapas de voo previstas que partiram ou aterrissaram pontualmente. Sete dos dez maiores aeroportos, porém, incluindo o Afonso Pena, na Grande Curitiba, apresentaram índice abaixo da média nacional, considerando a atuação das principais companhias aéreas.
O Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, registrou um índice de pontualidade de 76%. Para o ex-comandante e consultor na área de aviação Arnaldo Macedo Caron, os transtornos causados pelos constantes atrasos aos passageiros se tornam ainda maiores com as informações desencontradas repassadas pelas companhias aéreas. "O que incomoda mais o passageiro é a incerteza. É preferível dizer de uma vez que o voo vai atrasar duas horas ou que será cancelado. Nesses casos, falta organização das companhias", critica.
Privatização é esperança de dias melhores
A melhoria dos serviços nos aeroportos brasileiros deve passar pela concessão a empresas privadas. A medida foi anunciada em abril pela presidente Dilma Rousseff, inicialmente para os aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília. "A tendência é que o mercado aéreo cresça ainda mais, principalmente para o transporte de cargas, devido às dificuldades na locomoção terrestre. E, como empresa pública, a Infraero não terá capacidade de investimentos e gestão", diz o coordenador do Conselho Temático de Infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Paulo Ceschin. "O que se precisa é de investimentos rápidos, feitos pelo setor privado ou pelo governo. O reforço na infraestrutura está dentro do âmbito do governo, mas, naturalmente, pode e deve contar com a iniciativa privada", completa Stamm.
Segundo o governo, os editais de concessão devem ficar prontos em dezembro. Investidores privados terão participação de até 51% nas Sociedades de Propósito Específico (SPEs), modelo adotado para os terminais. A Infraero ficará com a fatia restante.
* * * * *
Interatividade:
Quais os problemas mais comuns nos aeroportos: atrasos, falta de informações, cancelamento de voos, desvio de rotas ou extravio de bagagens?
Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br
As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.
Câmara aprova regulamentação de reforma tributária e rejeita parte das mudanças do Senado
Mesmo pagando emendas, governo deve aprovar só parte do pacote fiscal – e desidratado
Como o governo Lula conta com ajuda de Arthur Lira na reta final do ano
PF busca mais indícios contra Braga Netto para implicar Bolsonaro em suposto golpe
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora