O número de meninas e adolescentes com filhos está em queda. Segundo o Ministério da Saúde, 23,8% dos partos feitos no país no ano passado envolviam mães entre 10 e 19 anos de idade. Em 2009, essa parcela era de 24,29% e, em 2008, de 24,66%. O Paraná apresenta média um pouco menor: 19,92%, o que significa dizer que a cada cinco mães paranaenses, uma é menor de 19 anos.
Em países desenvolvidos, essa média é de 15%. Conforme o analista de projetos da Orbis, ligada ao Sistema Fiep, Ângelo Tadini, apesar de Curitiba estar numa posição confortável, com um índice de gravidez na adolescência de 14,4%, o Paraná tem um abismo entre os municípios.
"Há municípios na casa dos 10% e outros com até 46%, como é o caso de São Pedro do Paraná [Região Noroeste]", cita Tadini. Ele relata que a redução da taxa de gravidez na adolescência pode impactar na queda da mortalidade materna, meta constante nos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM).
Iniciativas
Algumas ações são desenvolvidas tanto pelo poder público quanto pela sociedade civil para favorecer a redução da taxa da gravidez precoce. O projeto Menarca, conduzido por um colégio particular em Ponta Grossa, valoriza o protagonismo juvenil, convidando adolescentes a dar palestras em escolas para tratar do tema da sexualidade.
"Muitas adolescentes têm o primeiro filho para chamar a atenção da família, pela situação em que vive. Nisso, ela acaba tendo o segundo filho porque acaba sendo valorizada, se torna o centro das atenções com o bebê", acrescenta a voluntária do projeto, a estudante Aline Czezacki, 16 anos.
A escola foi a porta de entrada do Ministério da Saúde para tratar do tema. "Nós temos o programa Saúde na Escola que tem por objetivo integrar os profissionais de saúde nas escolas e aproveitam para falar da saúde reprodutiva dos adolescentes", aponta a coordenadora do setor de Saúde do Adolescente do Ministério da Saúde, Thereza de Lamare.