São Paulo – A ministra Eliana Calmon, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), determinou o afastamento de Zulmar Pimentel, diretor-executivo da Polícia Federal, o número 2 na hierarquia. Acima dele, apenas o diretor-geral da PF, Paulo Lacerda.

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Zulmar e outros dois delegados afastados pelo STJ estariam envolvidos no esquema de fraudes em licitações de obras públicas comandado pela Construtora Gautama e que foi revelado pela Operação Navalha.

Os outros dois delegados são o superintendente da instituição na Bahia, Cesar Nunes, e o secretário de Segurança da Bahia, Paulo Bezerra, de acordo com fonte da própria PF, uma vez que os nomes não foram divulgados pela ministra.

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Segundo investigações da PF, Pimentel teria avisado João Batista Paiva Santana, ex-superintendente da Polícia Federal no Ceará, que ele estava sendo investigado pela Operação Octopus (polvo). Nunes e Bezerra, por sua vez, teriam ligação com a suposta quadrilha que fraudava licitações na Bahia. Os dois teriam sido avisados por Pimentel das investigações.

O vazamento das informações prejudicou a operação da PF, que acabou sendo congelada. Numa das ocasiões, Nunes e Bezerra mandaram prender agentes do setor de inteligência da PF que estavam investigando os dois.

Intimação

Na noite de segunda-feira, a ministra Eliana Calmon também intimou o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau e os governadores de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), e do Maranhão, Jackson Lago (PDT), a prestarem depoimento sobre o esquema de fraudes em licitações para a realização de obras públicas.

Os depoimentos foram marcados para hoje. Além deles, a ministra deve ouvir o deputado distrital Pedro Passos (PMDB) e Ulisses César Martins de Sousa, conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

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Segunda-feira, a ministra ouviu os depoimentos de mais cinco pessoas ligadas à Gautama, construtora suspeita de liderar a suposta máfia que fraudava licitações.

Depuseram Tereza Freire Lima, funcionária da construtora; Rodolpho de Albuquerque Soares de Veras, filho de Zuleido Veras (dono da Gautama); o administrador Henrique Garcia; Gil Jacó Carvalho Santos, diretor financeiro da construtora; e, por último, Abelardo Sampaio Lopes Filho, também diretor da Gautama. Todos tiveram o decreto de prisão revogado após os depoimentos.

O decreto de prisão de quatro suspeitos foi mantido pela juíza: o de Zuleido Veras, proprietário da Gautama; o de Maria de Fátima Palmeira e de Vicente Coni, diretores da Gautama; e o de João Manoel Barros, funcionário da empresa.

Sobre o depoimento de Tereza, a ministra disse que ela mentiu e omitiu informações. Mas que mesmo assim iria revogar sua prisão por considerar que "a funcionária não oferece risco para a coleta de provas da Operação Navalha’’.