As fortes chuvas que atingem o estado do Paraná desde sábado (9) mantêm 896 pessoas desalojadas, segundo novo boletim da Defesa Civil divulgado às 14h desta quarta-feira (13). Pela manhã desta quarta, o órgão informou que 1.016 ainda permaneciam desalojadas. Esse número já havia atingido a marca de 1,3 mil. Ao todo, cerca de 700 mil pessoas foram atingidas – direta ou indiretamente – pelas consequências das tempestades. A maioria é de pessoas que sofrem com a falta de água, em Londrina e região.
Tempestade afetou abastecimento de água
As fortes chuvas que caíram sobre o Norte interromperam o abastecimento de água, parcial ou totalmente, em 13 cidades da região, segundo a Sanepar. Na maioria delas não há, até o momento, previsão de normalização do abastecimento. No começo da tarde desta quarta-feira (13), 12 municípios continuam com o sistema de abastecimento prejudicado.
Caminhões-pipa estão atendendo situações emergenciais, como hospitais, postos de saúde, creches e asilos.
A orientação da empresa é para que, em situações como esta, a população use a água de forma racional, priorizando a alimentação e a higiene, sem desperdiçar.
Em Maringá, o abastecimento deve continuar suspenso para 85% da população, pelo menos, até esta quarta-feira (13). Em Londrina, a situação também é crítica. O Rio Tibagi subiu quatro metros no ponto de captação e ameaça inundar a unidade. Neste momento, o sistema que atende Londrina e Cambé opera com apenas 30% da capacidade de produção, o que significa que cerca de 400 mil moradores de Londrina e de Cambé podem ficar sem água. A expectativa da Sanepar é que a produção seja normalizada em até 48 horas.
Devido às inundações, em Nova Esperança, Rolândia, Arapongas, Jandaia do Sul, Tomazina, Siqueira Campos e Novo Itacolomi, o abastecimento está totalmente comprometido.
Em Nova América da Colina, o temporal provocou queda de energia na captação, fazendo com que a produção de água fosse paralisada. Neste município, também não há previsão para que o abastecimento seja restabelecido.
Em Apucarana, a inundação da unidade de captação de água também deixou 70% da população com o abastecimento comprometido.
Até o momento, a população de Marilândia do Sul foi a menos afetada, onde as chuvas provocaram o desabastecimento de 30% dos habitantes. Em Wenceslau Braz, o abastecimento também foi comprometido, mas já foi normalizado.
A Defesa Civil informa ainda que 12,2 mil paranaenses foram afetados diretamente pelos estragos provocados pela chuva em 41 cidades.No boletim divulgado no começo da manhã eram 30 municípios afetados pela tempestade . Em Rolândia, um motorista de ônibus está desaparecido desde esta segunda-feira (11). As buscas foram retomadas na manhã desta quarta.
Segundo a prefeitura da cidade, alguns prédios públicos foram tomados pela água e estão interditados. Dezenas de casas apresentam graves rachaduras, muros caíram, casas estão alagadas, vias rurais destruídas e ruas congestionadas
O órgão aponta que 131 pessoas permanecem desabrigadas em todo o Paraná. Contam como desabrigados quem perdeu a casa e está em um abrigo público. Quem está desalojado saiu de casa, não necessariamente a perdeu, e não está em abrigo público -- mas na casa de um parente ou amigo.
Ao todo, foram contabilizadas 868 casas danificadas em todo o estado - destas seis foram completamente destruídas (três em Londrina e três em Sabáudia). Em relatório anterior, a Defesa Civil tinha contabilizado 595 moradias afetadas pela chuva.
A cidade de Tamarana, de aproximadamente 12 mil moradores, chegou a ter 300 moradores desalojados, mas a situação já foi normalizada. A cidade ficou sem acesso à internet e são poucos os telefones que funcionam. A tempestade castiga o município desde domingo e provocou deslizamento de lama que invadiu algumas moradias.
Em Jataizinho, no Norte Pioneiro, há o maior número de desalojados: 350. A cidade também concentra o maior número de afetados diretamente pela chuva, com 6,4 mil pessoas
Segundo o Simepar, o volume de chuvas que atinge a região Norte chega 340 milímetros nas últimas 48 horas, nível superior à média histórica para todo o mês de janeiro, que é de 212 milímetros. Uma barragem localizada na região de Apucaraninha, em Tamarana, está com mais de seis metros acima da média e é monitorada pela Copel.
O coordenador da Defesa Civil alerta a população próxima para que deixem suas casas, já que há risco de transbordamento
Outra cidade que foi afetada pelo temporal foi Piraí do Sul, nos Campos Gerais. Ao todo, 100 pessoas permanecem desalojadas – segundo a Defesa Civil. Além delas, há outras 30 que permanecem desabrigadas e estão no Pavilhão Cultural Gabriel Cury.
Confira as 41 cidades afetadas pelo temporal no Paraná:
Apucarana
Arapongas
Araucária
Atalaia
Bandeirantes
Cambé
Cambira
Campina Grande do Sul
Campo Largo
Cruzeiro do Sul
Fazenda Rio Grande
Guaraqueçaba
Ibaiti
Ibiporã
Jaboti
Jacarezinho
Jaguariaíva
Jardim Olinda
Jataizinho
Kaloré
Londrina
Mandaguaçu
Marilândia do Sul
Maringá
Nova Esperança
Novo Itacolomi
Paranavaí
Piraí do Sul
Ponta Grossa
Reserva
Rio Bom
Rio Negro
Rolândia
Sabáudia
Santana do Itararé
São José dos Pinhais
Sarandi
Siqueira Campos
Tamarana
Tomazina
Wenceslau Braz
Fonte: Defesa Civil
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