Cerca de um ano e meio após a retirada das faixas de estacionamento da Avenida Visconde de Guarapuava, em Curitiba, a meta de reduzir os congestionamentos e melhorar o trânsito na via pode ser considerada cumprida. De acordo com a Diretoria de Trânsito (Diretran), mesmo em horários de pico houve uma grande redução no tempo de deslocamento entre os cruzamentos da avenida com as ruas Doutor Faivre e Bento Viana.
Antes da mudança, o motorista levava, em média, 14 minutos e 17 segundos para percorrer o trecho no horário das 18h30, quando é registrado o maior número de veículos. Atualmente, o tempo exigido é de cerca de 9 minutos. Em outros horários também foi registrada diminuição no tempo de deslocamento entre os dois cruzamentos. Por volta das 14h30, o motorista consegue percorrer o trecho em 5 minutos e 33 segundos, enquanto antes eram necessários 9 minutos e 44 segundos.
Outra mudança registrada na via é o aumento do fluxo de veículos. De acordo com o Diretran, no cruzamento entre a avenida e a Travessa da Lapa, a quantidade de carros aumentou em 14%, passando de 3.048 para 3.474 carros por hora. Já no cruzamento da avenida com a Rua Conselheiro Laurindo, o número de veículos por hora passou de 4.979 para 5.057.
A retirada do estacionamento agradou os moradores da região. O corretor de seguros Alberto Salles de Carvalho Neto mora na avenida há 23 anos e conta que a mudança colaborou até mesmo para a segurança na região. "Além do trânsito ter melhorado, a circulação em frente ao condomínio e a incidência de roubos em carros que ficavam parados por aqui diminuíram."
No entanto, entre os comerciantes ainda existe discordância em relação aos benefícios da mudança. Carlos Sikorski, proprietário de uma loja de tintas, diz que a retirada do estacionamento prejudicou o comércio. "O movimento na loja caiu quase 30%. A prefeitura podia ter retirado o estacionamento só nos horários de pico porque não há necessidade de a proibição ser o dia inteiro."
Já Moisés Lanza, proprietário de outro estabelecimento da região, acredita que o medo de que o comércio fosse prejudicado era infundado. Na época, os comerciantes organizaram uma associação, cujo presidente era Lanza, para tentar impedir a retirada do estacionamento. No entanto, ele reconhece que a determinação da prefeitura privilegiou a maioria. "Muita gente que evitava passar pela Visconde até prefere passar pela avenida agora porque sabe que o trânsito está fluindo."