| Foto: Marcos de Mello

Se você não consegue administrar as mensagens que inundam seu correio eletrônico ou priorizar e tratar o fluxo cada vez maior de informação, então é muito provável que você esteja sofrendo de "infobesidade" ou excesso de mensagens e informações, um mal que cada vez mais afeta os trabalhadores no mundo inteiro. A "infobesidade", tradução do inglês para "information overload", pode ser definida como "a doença da sobrecarga de informação", explica Caroline Sauvajol-Rialland, professora da Université Catholique de Louvain e da Sciences Po de Paris.

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O principal responsável por este mal é o e-mail, que se tornou a principal ferramenta de trabalho e de comunicação nas empresas. "É um verdadeiro sofrimento. As pessoas entram em uma situação de angústia constante e de frustração porque não conseguem acompanhar o fluxo contínuo que, em consequência, leva a uma sensação de impotência e a um forte estresse", esclarece. "Somos ao mesmo tempo receptores e usuários da informação, e ainda transmissores de informação, ou seja, somos as principais vítimas dessa sobrecarga, mas também os principais atores", acrescenta a professora.

Thierry Venin, do Cen­tro Nacional de Pesquisa Cien­tífica da França, aponta que "a urgência gera a urgência". "Assim que recebemos um e-mail, temos que responder imediatamente, caso contrário, o remetente nos pergunta se recebemos sua mensagem. Um minuto livre? Rápido, chequemos nossas caixas de entrada para ver se há algo novo! Há um aspecto viciante", adverte.

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Segundo ele, em uma pesquisa sobre o estresse no trabalho, mais de 80% dos entrevistados estimaram que as ferramentas eletrônicas aumentam a quantidade de informação para lidar e impõem intervalos de tempo cada vez menores.

Ritmo acelerado

Cerca de 90% dos executivos também consideram que o ritmo de trabalho é muito acelerado. Além disso, o fato de ser "frequentemente interrompido no trabalho" é o fator de maior estresse para 74% dos empregados. O Observatório da Responsabilidade Social das Empresas (ORSE) publicou no fim do ano passado um estatuto que incentiva as empresas a usarem melhor seu e-mail, que pode se transformar, segundo o ORSE, "em uma ferramenta devastadora".

Conscientes do problema, empresas como a Canon França estimulam seus 1.800 funcionários a não utilizarem este tipo de comunicação uma vez a cada três meses para assim privilegiar o contato pessoal. De acordo com o ORSE, 56% dos usuários passam mais de duas horas por dia administrando seu correio eletrônico e 38% recebem mais de cem mensagens diárias. Além disso, 65% declararam que checam seus e-mails a cada hora, mas que, na verdade, fazem isso com uma frequência ainda maior, às vezes a cada cinco minutos.