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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A prefeitura está fechando os últimos detalhes para retomar a lavagem do calçadão da Rua XV de Novembro. Inicialmente agendado para quarta-feira (25), o serviço teve de ser adiado por causa do mau tempo. A previsão é de que a limpeza, que não vinha sendo feita na gestão do ex-prefeito Gustavo Fruet (PDT), volte a partir de sexta-feira (3) e seja feita quinzenalmente. A data, entretanto, ainda não está fechada.

“Vamos voltar a lavar periodicamente a XV. Tem merda humana no calçadão, incrustada. Isso dá doença. Está sujo e temos que limpar”, enfatiza o prefeito Rafael Greca (PMN).

Quarenta funcionários da limpeza pública farão a lavagem de todo o calçadão, da Praça Osório até a Rua Presidente Faria, nos fundos do prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR). O serviço será feito com água de reuso e serão usados 200 litros de detergente desengordurante neutro a cada limpeza. O trabalho também contará com o auxílio de uma motovarredeira.

“Tenho que ser contrário à sujeira urbana. Por isso, já mandei escovar e lavar os chafarizes das praças Santos Andrade e Osório e das Mocinhas da Cidade [no cruzamento da Rua Cruz Machado com a Alameda Cabral, no Centro]. Minha ideia é que tudo na cidade seja limpo”, enfatiza o prefeito.

A iniciativa tem o apoio dos comerciantes. O vice-presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP) e coordenador do projeto Centro Vivo, Camilo Turmina, afirma que a sujeira que se acumulou no calçadão nos últimos anos prejudicou o comércio da XV. “O calçadão está impregnado de sujeira. Não dá para as pessoas pisarem em chiclete e outras coisas que nem sabem o que é o tempo todo. Nem dá para achar normal o encardido do petit-pavê”, enfatiza.

Junto com a lavagem do calçadão, a ACP também vai estimular os comerciantes do Centro,em especial os da XV, a renovar a pintura de seus imóveis. O objetivo é, além da limpeza do passeio, também apagar as pichações. Para isso, a ACP vai oferecer um acordo a cerca de 600 associados do Centro em que fornecerá mão de obra para a pintura dos imóveis, enquanto que o custo da tinta fica a cargo do lojista. Dentro da mão de obra, estão incluídos profissionais que fazem limpeza de prédio com técnicas de escalada, para acessar os locais mais remotos onde haja pichação. “O calçadão da XV é conhecido como o shopping a céu aberto de Curitiba. Queremos que as pessoas tenham exatamente essa sensação: que estejam de fato em um ambiente limpo como o dos shoppings”, argumenta Turmina.

Moradores de rua

Nesta sexta-feira (27), a presidente da Fundação de Ação Social (FAS), Larissa Marsolik Tissot, se reuniu com representantes do Movimento Nacional da População em Situação de Rua, acompanhada por representantes do Ministério Público do Paraná (MP-PR) e da Defensoria Pública, para alinhavar como será o trato com os moradores de rua na limpeza da XV. O objetivo é de que o serviço de limpeza seja feito respeitando a dignidade desse público.

Equipes da FAS abordarão os moradores de rua antes da lavagem para aconselhá-los a deixar os locais onde dormem enquanto a limpeza é feita. Se mesmo com a abordagem o morador de rua não quiser sair, a equipe de limpeza agendará outro dia para fazer a lavagem no local. Além disso, os moradores de rua serão orientados a buscar abrigo nas unidades da FAS, bem como de onde deixar seus pertences enquanto o serviço é feito.

“Dependendo da forma como a pessoa é retirada para a limpeza, pode haver conflito, o que prejudica o trabalho que a FAS pretende fazer com esse público. O objetivo é que essa abordagem com o morador de rua seja feita com dignidade”, explica o procurador Olympio de Sá Sotto Maior Neto, que participou da reunião com a Fundação de Ação Social e é coordenador dos Centros de Apoio das Promotorias de Proteção aos Direitos Humanos do MP-PR.

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