Brasília O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desafiou os senadores do PSDB, Democratas e PDT os três partidos que defendem seu afastamento do comando da Casa até a conclusão das investigações a tirá-lo do posto.
"Se quiserem a minha cadeira e se esse desejo for um desejo político, ocasional, oportunista, circunstancial, vão ter que sujar as mãos, vão ter que dizer ao Brasil e ao mundo por que é que estão tirando o presidente do Senado Federal da sua cadeira", disse.
Desafiado pelo líder do PSDB na Casa, Arthur Virgílio (AM), que tão logo Renan entrou no Plenário ontem criticou a postura do peemedebista de ter questionado a atuação do Conselho de Ética na véspera (por meio de duas petições), o presidente do Senado insistiu "que não arreda o pé" do cargo e "quem quiser tirá-lo do cargo vai ter que colocar uma forca lá fora, ou uma fogueira, e pegar o presidente do Senado, inocente, sem nenhuma prova contra ele, e colocar para arder, para queimar".
Sem citar nomes, Renan comparou os companheiros que defendem sua saída da presidência a Catão (cônsul romano que ficou conhecido por sua austeridade e seus princípios).
Os senadores ironicamente se referem a Jefferson Peres (PDT-AM) como Catão toda vez que ele cobra posicionamento ético dos colegas. "Catão aqui vai ter que ser Catão mesmo, vai ter de sujar as mãos", repetiu Renan.
Processo
Mais uma vez, o presidente do Senado disse não ter nada a temer. Renan é alvo de processo no Conselho de Ética acusado de ter suas despesas pessoais pagas pelo lobista Cláudio Gontijo da empreiteira Mendes Júnior.
Apesar de investigado, o peemedebista se considera "à altura da dignidade que os senadores exigem do seu presidente".
Em seguida, voltou a provocar PSDB e Democratas a apresentarem prova contra ele. Se não tiverem a prova, prosseguiu Renan, "Eu não arredarei o pé, cumprirei meu mandato até o último dia, até o último dia".