Brasília Um dia depois de sofrer derrota no Conselho de Ética e ver a pressão para que deixe o cargo chegar ao ápice, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou ontem que "não arredará o pé", classificou o processo que enfrenta como "esquizofrênico" e prometeu reagir contra aqueles que "querem levar o Senado à crise institucional".
Em tom de desabafo, Renan disse estar sendo bombardeado diariamente "com assuntos que não têm nada a ver com o decoro parlamentar".
O senador reuniu assessores e parlamentares mais próximos para avaliar o cenário político e o entendimento foi de que sua situação é crítica. Segundo participantes do encontro, Renan concluiu que foi "traído" pelos companheiros. À revelia dele, seus aliados no Conselho adiaram a votação do parecer do ex- relator Epitácio Cafeteira (PTB-MA), favorável ao arquivamento da representação do PSol contra ele, por suspeita de usar dinheiro do lobista da empreiteira Mendes Júnior, Cláudio Gontijo, para pagamento de despesas pessoais.
Questionado sobre a reabertura das investigações no Conselho de Ética e a demora para o desfecho do processo, Calheiros disse que "não tem mais nenhuma preocupação com prazos".
"Prazo era para fazer as provas. A partir daí, não é problema meu, é do conselho". Quarta-feira, ele havia cobrado pressa na resolução do processo e trabalhou para que o Conselho de Ética encerrasse a questão, o que não ocorreu. Sobre a ida ao conselho, foi econômico nas palavras, transferindo a responsabilidade ao colegiado de senadores: "Coloquei-me à disposição".
Ainda sobre o desenrolar do processo de investigação, ele também declarou que "não seguirá estratégia de ninguém" e tentou emendar um discurso de demonstração de força. "Estou disposto a enfrentar qualquer coisa para que prevaleça a verdade", afirmou.
Com sua base política ruindo na Casa, o senador negou estar se sentindo abandonado e mandou um recado para os seus aliados. "Não preciso que ninguém me defenda, o que me defenderá sempre é a verdade", disse Renan.
Ele também descartou articulações para a escolha do novo relator do caso no conselho. "Não tenho nenhuma preocupação com isso. É problema do conselho", afirmou.
Renan encerrou a entrevista rebatendo rumores de que estaria ameaçando, nos bastidores, contar fatos incômodos sobre a vida de senadores. "Ameaças e insinuações não fazem parte da minha personalidade. Quem convive comigo sabe bem disso", disse.
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