Habeas-corpus
STF mantém preso dono da Gautama na carceragem da PF
Brasília O ministro Gilmar Mendes, vice-presidente do Supremo Tribunal Federal, resolveu adiar a decisão sobre o habeas-corpus para libertar o empresário Zuleido Veras, dono da Gautama, julgando "mal instruído" o pedido feito pelos advogados. Agora, ele espera mais informações da ministra do Superior Tribunal de Justiça, Eliana Calmon, para emitir o parecer. A decisão do ministro não surpreendeu os advogados do empresário. Para eles, pedir mais informações ao STJ é um "procedimento padrão". Serão ouvidos hoje por Eliana os últimos cinco presos na Operação Navalha. Rodolpho Veras, filho de Zuleido; e Tereza Freire Lima, Henrique Garcia, Abelardo Sampaio e Gil Jacó Carvalho Santos, funcionários da Gautama, empresa que organizou esquema de fraudes em licitações pagando propina a políticos. Até ontem, 39 dos 48 presos já estavam liberados.
No sábado, Maria de Fátima Palmeira, diretora comercial da Gautama, João Manoel Soares e Dimas Veras, irmão de Zuleido, prestaram depoimento. Apenas Dimas teve a prisão revogada e saiu do tribunal sem falar com a imprensa. Zuleido também deveria ser ouvido pela ministra, mas preferiu não falar, voltando para a carceragem da PF, onde espera a decisão de Gilmar Mendes. Fátima negou conhecer o ex-ministro de Minas e Energia Silas Rondeau e disse que não havia dinheiro no envelope carregado por ela em visita ao ministério.
Brasília O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), prometeu a senadores apresentar em discurso hoje, às 15h30, na tribuna da Casa, boletos bancários provando que seria dele o dinheiro entregue pelo lobista Cláudio Gontijo (da empreiteira Mendes Júnior) à jornalista Mônica Veloso, com que tem uma filha. Calheiros disse ainda aos colegas que dará explicações sobre as suspeitas de envolvimento com o dono da construtora Gautama, Zuleido Veras preso pela Polícia Federal na Operação Navalha sob acusação de fraudar obras públicas e pagar propina a políticos e servidores.
Casado, o presidente do Senado deverá alegar que pedia ao lobista para fazer os pagamentos a Mônica por discrição. Pretende dizer que é amigo de Gontijo há mais de 20 anos e que ele era seu portador por também conhecer Mônica. O gasto de R$ 16,5 mil mensais, segundo a revista Veja, era uma ajuda para a filha, de dois anos e oito meses, de Calheiros com a jornalista e o aluguel do apartamento onde a menina mora com a mãe. O pagamento teria sido feito de janeiro de 2004 a dezembro de 2006.
O senador reconheceu a paternidade da filha. Na última sexta, firmou acordo com Mônica para pagar pensão de R$ 7 mil. Ele deverá exibir declarações de renda para mostrar que teria condições de pagar R$ 16,5 mil por mês à jornalista, apesar do salário bruto de R$ 12.720.
Renan Calheiros ligou ontem aos demais 80 senadores a fim de avisar do discurso. Usou esse expediente na sexta, quando a relação com o lobista veio à tona. Então, leu a colegas a nota que divulgaria com explicações.
Se os senadores não considerarem o discurso suficiente, o caso de Calheiros deverá ser discutido em reunião do Conselho de Ética na quarta, dia em que a bancada do PMDB também tem encontro previsto.
Para que seja aberto processo por quebra de decoro contra o presidente do Senado no conselho, é preciso que um partido político ou a Mesa Diretora faça uma representação.
"Ao contrário da nota à imprensa, espero que ele dê uma explicação cabal, nem que seja para dizer que errou'', disse o senador Jefferson Péres (PDT-AM).
"Ele disse que vai mostrar que pagou todas as contas dele'', afirmou o senador Pedro Simon (PMDB- RS).
A intenção inicial era fazer o discurso amanhã, quando a Casa está mais cheia, mas Calheiros relatou a amigos estar sofrendo forte pressão. Disse que não deseja prolongar seu desgaste.
A estratégia de defesa foi montada sábado em reunião entre Calheiros; o senador Romero Jucá (PMDB-RR), líder do governo; o senador José Sarney (PMDB-AP); o ex-senador Luiz Otávio e advogados. Foi aconselhado a não mentir e a dar versão que não possa ser desmontada, sob pena de quebra de decoro e risco de perder a presidência do Senado.
Após cerco em 2024, Bolsonaro deve enfrentar etapas mais duras dos processos no STF em 2025
Enquanto Milei dá exemplo de recuperação na Argentina, Lula mergulha Brasil em crises
Elon Musk foi a pessoa que mais ganhou dinheiro no mundo em 2024
De volta à realidade: dez empresas que cortaram programas woke em 2024
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora