Brasília Renan Calheiros (PMDB-AL) foi reeleito presidente do Senado com 51 votos. Ele superou José Agripino Maia (PFL-RN), que recebeu 28 votos. Durante discurso realizado antes do início da votação, Renan se comprometeu a lutar pela independência, autonomia e transparência do Congresso Nacional.
Renan disse que o Senado "em nenhum momento deu costas à sociedade" mesmo diante dos escândalos políticos que arranharam a imagem do Legislativo nos últimos dois anos.
Ele criticou ainda o excesso de medidas provisórias editadas pelo Executivo. Mas lembrou que, durante o seu comando, o Senado aprovou medidas para evitar o trancamento das pautas de votações por MPs.
Renan ressaltou que, em nenhum momento, o Senado foi submisso às determinações do Poder Executivo mesmo sendo integrante de um partido aliado do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Renan disse que o Senado não comporta a divisão de parlamentares em "guetos" numa referência à tradicional divisão da Câmara dos Deputados em alto e baixo cleros. "Aqui, todos os estados são iguais, os senadores têm a mesma importância. Não tem confraria dos que mandam o gueto dos que seguem. Não existem senadores de segunda fileira, são todos iguais no seu trabalho", disse.
Apesar de ser um dos principais aliados do governo Lula no Congresso, Renan tem um bom trânsito com os senadores do PSDB e do PFL.
Há dois anos ele teve o apoio da oposição para se eleger, enquanto o Palácio do Planalto se empenhou na aprovação de uma emenda constitucional que permitiria a reeleição do então presidente do Senado, José Sarney (PMDB- AP).