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Projeto quer limitar a velocidade de ônibus no anel central de Curitiba em 40 km/h: medida semelhante foi adotada no Rio | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Projeto quer limitar a velocidade de ônibus no anel central de Curitiba em 40 km/h: medida semelhante foi adotada no Rio| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Perigo no volante

Veja quais foram os piores acidentes envolvendo ônibus em Curitiba desde 2009:

04 jul 2011 – Duas pessoas morrem depois que ônibus da linha Alto Boqueirão e um caminhão cruzaram o sinal de alerta e bateram.

30 jun 2011 – Uma mulher morre atropelada por um ônibus no cruza­mento da Av. Visconde de Guara­puava com a Rua Alferes Poli, no Centro.

9 jan 2011 – Um biarticulado da linha Santa Cândida/Capão Raso bate em um ligeirinho na Travessa da Lapa e 40 pessoas ficam feridas.

21 out 2010 – Acidente entre biarticulado da linha Santa Cândida/Capão Raso e um caminhão-guincho, na esquina da Travessa da Lapa com a Avenida Visconde de Guarapuava, deixa 11 feridos.

2 set 2010 – Biarticulado bate em cinco carros estacionados e deixa 12 feridos no bairro Mossunguê.

10 jun 2010 – Duas pessoas morrem e 32 ficam feridas depois de um ligeirinho bater em uma loja na Praça Tiradentes, no Centro.

30 jan 2009 – Uma mulher de 65 anos é arrastada ao ficar presa em um ônibus. Ela sofreu escoriações leves.

28 jan 2009 – Uma mulher morre depois de cair de um ligeirinho na Cidade Industrial de Curitiba.

A votação do projeto de lei que limita em 40 km/h a velocidade dos veículos articulados e biarticulados nas vias do anel central de Curitiba, que estava ontem na pauta da Câmara Municipal, foi adiada por dez sessões – aproximadamente duas semanas. A prorrogação foi solicitada pelo vereador Tito Zeglin (PDT), autor do projeto.Com receio de que a proposta fosse rejeitada, Zeglin solicitou o envio do projeto para a Urba­nização de Curitiba S/A (Urbs) – empresa de economia mista responsável pelo transporte coletivo na capital. "Levarei a proposta à Urbs para que os técnicos possam analisar e dar um parecer que possa embasar a justificativa, evitando a reprovação", diz ele.

Na opinião do vereador, estabelecer um limite de velocidade é crucial para a segurança do sistema. "Diminuir a velocidade é uma maneira de dar mais segurança aos passageiros e pedestres na área central, local de maior movimentação de pessoas", afirma. Em Curitiba, neste ano, segundo dados preliminares do Corpo de Bombeiros, foram registrados 500 batidas ou atropelamentos envolvendo ônibus (coletivos ou não), que deixaram 287 pessoas feridas.

Uma medida semelhante foi adotada em julho na cidade do Rio de Janeiro. Lá, com exceção de algumas ruas, todos os ônibus que circulam pela cidade devem trafegar, no máximo, a 50 km/h. A alteração baseou-se em estudos técnicos feitos pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-Rio) e foi proposta pela prefeitura.

Em São Paulo, a solução encontrada para evitar acidentes foi outra: ao invés de limitar a velocidade dos ônibus, uma lei prevê que até 2012 todos os ônibus da cidade rodem com um painel que indica a velocidade aos passageiros. Se o excesso de velocidade for comprovado, a empresa será multada em R$ 720.

Polêmica

Na opinião do engenheiro civil Roberto Ghidini, autor de uma tese de doutorado sobre o transporte coletivo de Curitiba, a medida cautelar é bem-vinda. "A diminuição da acidentalidade é consequência de uma série de medidas. Obedecer às normas de condução, sobretudo nos cruzamentos, e a redução da velocidade me parecem cruciais", diz.

Entretanto, para Ghidini, a redução na velocidade dos ônibus certamente trará impactos no tempo de viagem. "Caso não haja aumento da frota, além da velocidade, provavelmente a frequência entre um ônibus e outro será menor", pondera. Mesmo assim, ele ressalta que a proposta trará mais segurança para os passageiros e pedestres.

O arquiteto Ricardo Mesquita também aprova a medida. Segun­do ele, não há motivo para que os ônibus arranquem bruscamente. Outra vantagem está na parada em semáforos. "Se o ônibus mantiver a média máxima de 40 km/h é mais fácil encontrar os semáforos abertos", explica. Procurada pela reportagem, a Urbs não se pronunciou sobre o projeto de lei do vereador Tito Zeglin.

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