A Câmara de Vereadores de Maringá, na região Noroeste do Paraná, comprou nesta segunda-feira um carro de R$ 71,6 mil que será usado pelos vereadores para viagens. Mas não é qualquer caro. O modelo comprado, com o dinheiro público, é um Chevrolet Vectra Elegance. A Câmara estava disposta a pagar quase R$ 82 mil, mas o valor "mais em conta" foi de R$ 71,6 mil, ofertado pela Zacarias Veículos.
O alto valor tem justificativa. A Câmara Municipal estabeleceu 48 exigências que deveriam ser atendidas pelas duas empresas que participaram da licitação. Entre outros itens, o carro deveria ser um modelo Sedan, quatro portas, cor prata metálico, injeção eletrônica, bancos em veludo, rodas de liga leve, ar-condicionado digital, faróis com sensores automáticos e limpador de pára-brisa com sensor de chuva.
Com a nova aquisição, a frota do Legislativo maringaense passa a contar com cinco veículos - um Vectra 2004, uma Zafira 2003, uma caminhonete S-10 2001, uma Parati 2001 e o novo Vectra. "O objetivo é renovar a frota para gastar menos com a manutenção porque os carros viajam bastante a serviço dos vereadores e isto deteriora, encarecendo a manutenção", explicou o diretor administrativo, Dagoberto Faustino da Silva.
Nem todos os parlamentares da Câmara, porém, concordam com a compra. Em entrevista ao Paraná TV, o vereador Humberto Henrique disse que é preciso um carro bom, "para dar segurança nas viagens, mas não precisa ser neste valor", disse. "Poderia economizar um pouquinho, mas é uma atitude da Mesa Executiva que não passa pela nossa aprovação", completou o vereador.
A compra do carro foi um pedido da presidência da Câmara de Maringá. A produção do Paraná TV tentou entrar em contato com o presidente John Alves Correia, mas ele está viajando. E nenhum vereador que faz parte da direção da Câmara estava autorizado a falar. Quem tentou justificar a compra foi a chefe de Licitação, Damaris Josepetti. "É a mesa executiva que define a compra conforme a necessidade dos vereadores", disse ao ser questionada sobre a possibilidade de comprar um veículo de menor custo.
Em 2005, a polêmica foram os notebooks
Esta não é a primeira vez que uma compra da Câmara de Maringá gera polêmica. Em 2005, os vereadores abriram uma licitação para a compra de 20 notebooks (computadores portáteis). O valor total foi de R$ 220 mil, R$ 11 mil reais por cada um - valor já na época bem acima do praticado no mercado. Também foram comprados três tripés para câmeras, no valor de R$ 7.500 cada.
A aquisição dos cumputadores gerou uma denúncia do Ministério Público por superfaturamento e falsidade ideológica, com a condenação do presidente do Legislativo, John Alves, três servidores da Câmara e um comerciante. A sentença saiu em dezembro do ano passado assinada pelo juiz Givanildo Nogueira Constantinov, da 4.ª Vara Criminal de Maringá. A pena de dois anos e quatro meses de prisão foi transformada em prestação de serviços comunitários. O jurídico da Câmara recorreu e o caso segue na Justiça.
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora
Deixe sua opinião