A Câmara dos Deputados realizou, nesta segunda-feira (1º/8), uma sessão solene em homenagem à associação Pró-Vida Anápolis, presidida pelo padre Luiz Carlos Lodi, que, em 2020, foi condenado a pagar indenização a um casal por ter impedido um aborto. O evento, que marcou o retorno dos trabalhos legislativos no segundo semestre, ocorreu a pedido da deputada federal Chris Tonietto (PL-RJ) e contou com a presença de Lodi e outras lideranças pró-vida.
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Segundo a deputada, a solenidade foi realizada com intuito de reconhecer e valorizar o trabalho prestado pela Pró-Vida Anápolis e tantas outras entidades que trabalham pela dignidade da vida humana, como a associação Santos Inocentes, de Brasília, que também esteve presente no evento.
"É um reconhecimento público e louvável, pelo trabalho prestado pelo Pró-Vida Anápolis e por outras associações que têm um grande trabalho pela dignidade da vida humana desde a concepção e de proteção às gestantes. Sabemos que para muitas mulheres é encaminhado apenas o aborto como solução – e o aborto não é solução em hipótese alguma. Temos que preservar a vida da criança e da gestante", disse.
O advogado pró-vida Valeriano Abreu ressaltou no Plenário da Câmara que a defesa da vida e do nascituro está garantida na Constituição Federal, mas infelizmente o Judiciário não tem respeitado esse direito inviolável.
"Temos no nosso país diversas situações e iniciativas que visam à legalização do aborto e, lamentavelmente, já tivemos no STF a aprovação do aborto em caso de anencefalia. E temos diversas situações de tentativa de busca do próprio Judiciário tentando liberar o aborto até 12 semanas. E o Congresso precisa fazer a sua parte, aprovando leis que protejam o nascituro", explicou.
O que é a Pró-Vida Anápolis
Com mais de 30 anos de fundação, a Pró-Vida Anápolis – que fica no município de Anápolis (GO), a cerca de 30 minutos de Goiânia –, promove e defende a vida não nascida, além de ajudar as gestantes com alimentação, exames complementares, medicamentos e enxovais para bebês.
Durante o evento, o padre Luiz Carlos Lodi, presidente da associação, falou sobre a luta árdua em defesa da vida desde a concepção no Brasil e as dificuldades que o movimento encontra para garantir o direito do nascituro. Em 2020, ele foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a pagar R$ 398 mil de indenização por danos morais a um casal de Morrinhos, no interior de Goiás. O religioso impediu que eles realizassem um aborto de um bebê que tinha uma síndrome grave em 2008. A ação levou 12 anos para ser concluída.
Na época, a mulher tinha 19 anos e, com cinco meses de gestação, um ultrassom de rotina revelou que o feto tinha a síndrome de body stalk – doença rara que faz com que os órgãos do feto fiquem do lado de fora do corpo, tornando a vida fora do útero inviável.
Em entrevista à Gazeta do Povo, o padre Lodi explicou o processo de condenação e mencionou a perseguição que tem sofrido por parte de grupos feministas e pró-aborto. "A Justiça está fazendo injustiça em relação à vida. Estamos vendo uma situação inusitada. Os juízes que deveriam nos proteger estão se arrogando como legisladores para fazer decisões com força de lei iníquas e até contrárias à Constituição Federal", diz o padre.
Sobre a condenação do padre Lodi, Chris diz que trata-se de uma injustiça sem precedentes. "Padre Lodi é um grande mártir em defesa da vida. Ele tem se sacrificado pela vida de tantas crianças por nascer que estão sendo ameaçadas pelo aborto, e foi condenado injustamente sem precedentes. Isso só demonstra que, para os que defendem o aborto, independente de ser justo ou não, mesmo com a injustiça querem fazer valer a cultura da morte", lamentou a deputada.
Como mostrou reportagem da Gazeta do Povo de 2020, há diversos aspectos juridicamente questionáveis por trás da condenação do padre Lodi.
Vítima de estupro optou pela vida do filho
Fabiana Silva, especialista em inteligência emocional e gestão de pessoas, fala com entusiamo e gratidão sobre o trabalho da associação Pró-Vida Anápolis. Ela foi atendida em 1999 pela associação, após ter sido vítima de um abuso sexual.
"Quando estava com 14 anos de idade, sofri um abuso sexual e, em decorrência desse abuso, fiquei grávida. Quando identifiquei a gravidez, queria fazer o aborto pelos meios legais, de forma bem irredutível. Foi quando o padre Lodi e mais um casal me encontraram na época e me amaram. Eu falo que cuidaram de mim e nos acolheram de uma forma impagável. Através de todo este amor, eu tive o meu filho, optei por não fazer o aborto, e meu filho está hoje com 22 anos. Para mim é uma honra estar aqui a favor da vida e dizer não ao aborto", relata.
Em meio a tantas decisões judiciais a favor do aborto, Fabiana lamenta por muitas mulheres não conhecerem o trabalho do movimento pró-vida no Brasil.
"A maneira como buscam a legalização do aborto é inadmissível. Eu falo porque vivi o outro lado e optamos por não fazer. Posso falar com propriedade, porque, para mim, é muito mais leve. Tive a oportunidade de conhecer outras mulheres que fizeram e, infelizmente, é só mais um trauma. Não pense que é um alívio, você não deixa de ser mãe pelo fato do seu filho não estar vivo e, para as mães que optaram por isso, é pesado e doloroso", diz.
Além da associação Pró-Vida Anápolis, existem várias entidades espalhadas pelo país que ajudam as gestantes a evitar o aborto. No site do Movimento Brasil Sem Aborto, há os contatos e a localização de algumas associações que desenvolvem esse trabalho, oferecendo apoio à mãe e ao bebê.
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