Anexos - Arquiteto cobra "tabela"
A intenção de construir um prédio para abrigar novos gabinetes fez o deputado federal Osmar Serraglio e o diretor técnico da Câmara, Hamilton Balão Cordeiro, visitarem o escritório do arquiteto Oscar Niemeyer, no Rio de Janeiro, em 10 de junho. "Fiquei impressionado com a simplicidade dele (Niemeyer). Outra surpresa, que me aliviou, foi saber que ele cobraria o preço de tabela do IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil)", diz Serraglio.
Além dos estudos para o edifício, que será uma ampliação do Anexo 4, a Câmara já tem pronto o projeto de construção do Anexo 5, que receberá o Centro de Documentação e Museu da Câmara dos Deputados. O prédio, com linhas arrojadas e 36 mil metros quadrados de área, está previsto no orçamento do Plano Plurianual 2008-2011 e terá um custo de R$ 90 milhões. "Por enquanto, só vamos levar a obra adiante se fecharmos o negócio com as contas dos funcionários. Seria difícil explicar à opinião pública todo esse gasto", justifica Serraglio.
A última obra de Niemeyer construída em Brasília foi o Complexo Cultural da República, que compreende o Museu da República e a Biblioteca Nacional de Brasília. O espaço foi inaugurado em dezembro de 2006 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. (AG)
Brasília A Câmara dos Deputados deve fechar nas próximas semanas um acordo com o Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal para a administração da folha de pagamento dos 19.814 funcionários da Casa. A negociação foi inspirada, em parte, na ocorrida entre a prefeitura de Curitiba e o Banco Santander, em julho. O contrato pode passar de R$ 200 milhões.
O valor arrecadado será aplicado em duas construções. A primeira é o Anexo 4-B, um prédio para abrigar 272 novos gabinetes de deputados, estimado em R$ 130 milhões. A outra é o Anexo 5, onde ficará o Centro de Documentação e Museu da Câmara dos Deputados, que custará R$ 90 milhões.
Ambas serão projetadas pelo arquiteto Oscar Niemeyer, autor de todo o complexo do Congresso Nacional. "Até temos o recurso disponível, mas vamos tentar fazer um negócio que não vai mexer no nosso orçamento", afirma o primeiro-secretário da Câmara, Osmar Serraglio (PMDB).
O deputado paranaense diz que é a primeira vez que a Câmara negocia a gerência da folha de pagamento, que já é administrada pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica. A prática é recente na gestão pública brasileira e tem garantido um considerável reforço de caixa para estados e municípios. A diferença é que, no Parlamento, não será realizada licitação com a participação de bancos privados o que poderia gerar um negócio ainda mais rentável.
Leilão
Em 2005, por exemplo, o município de São Paulo recebeu R$ 510 milhões pela administração das contas de 210 mil funcionários. O leilão público, vencido pelo Itaú, corresponde a uma remuneração de R$ 2,4 mil por trabalhador. Em Curitiba, o Santander pagou R$ 140 milhões pelas contas de 39 mil servidores ativos e inativos R$ 3,6 mil por funcionário.
O secretário de Finanças de Curitiba, Luiz Eduardo Sebastiani, conta que foi procurado por Serraglio há dois meses para passar informações sobre o negócio. "Enviamos a minuta do edital e o modelo do processo licitatório, que começou com um lance de R$ 80 milhões. Mas vale lembrar que é permitido negociar com os bancos públicos sem fazer licitação."
Ele explica que, no caso curitibano, os bancos estatais foram consultados antes do leilão. "Só que eles se negaram a pagar o lance mínimo." Sebastiani cita que a conta-movimento do município segue sendo administrada pelo BB e que o Santander já pagou a quantia que garante exclusividade nas contas dos servidores por cinco anos. Na semana passada, o banco espanhol comprou o holandês ABN Amro e se transformou no segundo maior banco privado em atividade no Brasil.
De acordo com Serraglio, as contas dos funcionários da Câmara movimentam R$ 1,7 bilhão por ano. Apesar do montante expressivo, o número de funcionários é considerado baixo, o que estaria dificultando o acordo com as instituições financeiras. Para auxiliar os parlamentares nas conversações, foi contratado um grupo de trabalho da Universidade de São Paulo (USP).
"Como é algo que nunca fizemos antes, precisávamos de um apoio técnico para nos dizer o que é pouco ou muito", diz. O paranaense preferiu não mencionar valores, segundo ele, para não atrapalhar o desfecho da negociação. Serraglio espera que o acordo possa ser anunciado em novembro.
O minério brasileiro que atraiu investimentos dos chineses e de Elon Musk
Desmonte da Lava Jato no STF favorece anulação de denúncia contra Bolsonaro
Fugiu da aula? Ao contrário do que disse Moraes, Brasil não foi colônia até 1822
Sem tempo e sem popularidade, governo Lula foca em ações visando as eleições de 2026
Soraya Thronicke quer regulamentação do cigarro eletrônico; Girão e Malta criticam
Relator defende reforma do Código Civil em temas de família e propriedade
Dia das Mães foi criado em homenagem a mulher que lutou contra a mortalidade infantil; conheça a origem
Rotina de mães que permanecem em casa com seus filhos é igualmente desafiadora