Plenário deve votar urgência de projeto de fatiamento das Fake News nesta terça-feira| Foto: Bigstock
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Os líderes dos partidos informaram que tinham chegado a um acordo para votar na Câmara dos Deputados a urgência do projeto de lei que trata sobre direitos autorais nesta terça-feira (15), mas a medida não foi apreciada pelos parlamentares. O texto foi atualizado para incluir pontos que tratam da regulamentação das big techs e pagamentos por serviços jornalísticos. A urgência estava na pauta da Câmara desta terça, mas a ordem do dia foi encerrada sem essa deliberação. Deputados ouvidos pela reportagem disseram que, no plenário, não havia consenso sobre essa proposição.

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O tema inicialmente estava previsto no PL das Fake News, o qual não teve apoio da maioria dos parlamentares, e nem chegou a ser colocado em votação, numa derrota do governo, ainda no primeiro semestre deste ano. Diante disso, para tentar avançar na discussão, o projeto foi "fatiado". Se a urgência foi aprovada futuramente, a proposição sobre os direitos autorais poderá ser analisada direito em plenário, sem passar pelas comissões. O Projeto de Lei 2.370/2019 é de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).

O texto do relator, deputado Elmar Nascimento (PP-BA), foi discutido com diversos setores desde o início da semana, e precisava ser ajustado com a classe artística, que ainda reivindicava o pagamento de obras antigas e ainda em exibição, pontos que não estavam previstos no projeto apresentado na noite de sábado (12).

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Mérito do projeto também não tem data para ser votado

Com relação ao mérito do projeto em si, a previsão inicial era de que poderia ser votado ainda nesta semana. Mas o presidente da Casa, Arthur Lira, disse que o acordo "retroagiu" e que não há previsão de a medida para entrar na pauta. Lira disse que o projeto só será colocado em votação se houver acordo.

De acordo com Jandira Feghali (PCdoB-RJ), falta consenso sobre o pagamento dos direitos dos artistas sobre obras já realizadas e que ainda são exploradas comercialmente. A parlamentar disse que há quem defenda que a lei valha apenas para novas obras artísticas. “Não é justo que um filme ou uma obra qualquer feita nos anos 80, 90, e que vem sendo explorada por muitos anos, não remunere o artista”, disse a deputada à Agência Câmara.

Caso o projeto seja aprovado na Câmara e no Senado, redes e plataformas com mais de 2 milhões de usuários no Brasil precisarão remunerar empresas jornalísticas pelo uso de seus conteúdos. Em caso de compartilhamento feito por usuários que explorem comercialmente o conteúdo, os veículos jornalísticos também precisariam ser remunerados.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]