As quedas estão entre as principais causas de incapacidade física e mortalidade entre os idosos. Mas esse risco pode ser reduzido com caminhadas, que ajudam a fazer a manutenção do equilíbrio postural. É o que mostra estudo recente da Universidade Norte do Paraná (Unopar), que recebeu em setembro o Prêmio Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino Superior Particular.A pesquisa, do aluno de Fisioterapia Márcio Rogério de Oliveira, submeteu um grupo de 41 idosos a um teste de caminhada de 6 minutos em ritmo moderado. Através de uma fórmula que leva em conta idade, altura, peso e sexo, foi estimado o quanto cada pessoa deveria ser capaz de caminhar. Eles foram divididos em dois grupos, de acordo com a distância percorrida.
Depois, com a ajuda de um aparelho de alta tecnologia, que avalia o equilíbrio postural, foi possível estabelecer uma comparação entre os grupos. "O déficit de equilíbrio foi detectado por um aparelho sobre o qual o idoso deve ficar parado em um pé só durante trinta segundos", diz o estudante.
Com a análise desses dados, foi possível concluir que os que caminham tinham duas vezes mais equilíbrio do que os do grupo sedentário. "Quem caminha tem menor oscilação postural e mais estabilidade. Essas pessoas correm menor risco de sofrer quedas porque o equilíbrio é um dos fatores mais determinantes para isso", acrescenta o professor Rubens Alexandre da Silva Júnior, orientador do trabalho.
Meia hora
O estudo corrobora a recomendação do Colégio Americano de Medicina, de caminhadas de 30 minutos, de três a cinco vezes por semana, com intensidade moderada. "Além de preservar o equilíbrio, essa atividade evita fraturas, doenças degenerativas, doenças cardiovasculares e até a morte".
A caminhada trabalha os grandes grupos musculares e principalmente o vetor da gravidade. "Ao caminhar, o corpo é utilizado de maneira antigravitacional, o que contrai os músculos que participam da manutenção do equilíbrio", explica Silva Júnior. O envelhecimento traz alterações para o organismo que provocam a redução da massa muscular, da força física e da coordenação motora. "Além disso, o idoso tem a visão e a audição limitadas, o que aliado à inatividade física o deixa mais propenso à perda do equilíbrio."
O professor ressalta que a pesquisa não conclui que a caminhada é o melhor exercício para o idoso, mas que é uma excelente alternativa uma das mais simples e baratas. "O idoso tem de manter atividades funcionais. Caminhar é positivo, mas fazer algum programa de atividade física supervisionado, como exercícios de agilidade e força, também ajuda."
O fisioterapeuta Lisandro Antônio Ceci lembra que alongamento, hidroginástica e musculação são atividades que também contribuem para a melhora do equilíbrio do idoso. Boa parte dos fatores que provocam quedas nos idosos pode ser evitada. "Obstáculos como degraus, luz fraca e calçada irregular podem ser eliminados com modificações no domicílio". Retirar tapetes, deixar os ambientes mais livres e instalar barras de apoio nos banheiros também são boas alternativas.
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