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Após desastre em MG

Caminhões transportam 1 milhão de litros de água para afetados por lama no Espírito Santo

 | Foto: Josias da Vitória/ Secom - ES/Fotos Públicas
(Foto: Foto: Josias da Vitória/ Secom - ES/Fotos Públicas)

Com a captação da água do Rio Doce interrompida desde as 0h desta quinta (18), Colatina (ES) passou a depender de caminhões-pipa e caixas d’água para abastecer moradores, comércio e indústria. São cerca de 50 caminhões que planejam transportar, por dia, 1 milhão de litros de água, o que corresponde a 30% do abastecimento normal da cidade.

Com aproximadamente 120 mil habitantes, Colatina é totalmente dependente do Rio Doce, que foi comprometido pelo rompimento de uma barragem da mineradora Samarco, controlada pela Vale e BHP, em Mariana (MG), a mais de 400 km de distância.

A previsão é que a lama de rejeitos minerais chegue ao centro do município até o fim do dia.

A prefeitura recebeu da Samarco 30 toneladas de Tanfloc, produto já usado para tratar a água de Governador Valadares (MG), maior cidade afetada pelo acidente.

O prefeito, Leonardo Deptulski (PT), afirma que a cidade testará o produto e deve retomar o fornecimento normal de água em até sete dias. O município diz que separou uma reserva de água para abastecer apenas hospitais e escolas.

Enquanto isso, os moradores usarão água de 50 caixas de 10 mil litros espalhadas pelos bairros e reabastecida pelos pipas. Há uma semana, os pipeiros aguardavam no estádio municipal o momento de começar os trabalhos. Eles saíram às 8h, depois de serem orientados pelos bombeiros.

Parte deles vai até os rios Pancas e São João Grande e as lagoas do Batista e do Limão, onde captam a água, depois levam a estações de tratamento. Por sua vez, a água tratada é levada por outros pipeiros até as caixas.

Até a tarde desta quarta, a procura por água era pequena no município. Em alguns locais, as caixas não estavam completamente instaladas, em outros, ninguém havia usado até as 12h.

“Passei a manhã toda aqui, olhando para a caixa. Até agora ninguém usou”, disse a aposentada Janete Ribeiro, 64, moradora do bairro Luiz Iglesias.

Ela vive com mais seis pessoas e afirma ter estocado água em casa durante a semana.

Em outro local, a Vila Ismênia, vizinhos dizem que apenas uma pessoa usou a caixa para encher baldes até as 15h.

O Exército, que deslocou 130 homens para a região, também não precisou atuar e passou o dia “reconhecendo o terreno” em passeios de jipe pela cidade.

Mariana

Doze dias após o vazamento de lama, a mineradora Samarco reconheceu que outras duas barragens próximas ainda podem ruir. A preocupação é com os reservatórios de Santarém e de Germano. Na semana passada, a empresa havia chamado de “boatos” informações sobre o risco de novo rompimento.

A barragem do Fundão se rompeu em 5 de novembro, devastou o subdistrito de Bento Rodrigues, atingindo municípios vizinhos e poluindo o rio Doce. Até terça (17), o saldo era de sete mortos e 12 desaparecidos, além de corpos corpos ainda não identificados.

“A maior preocupação, na barragem de Santarém, é a erosão. Um fluxo descontrolado passando novamente por cima da barragem [como ocorreu no dia da tragédia] poderia aumentar essa erosão e poderíamos ter, sim, passagem desse material”, afirmou Germano Lopes, gerente-geral de projetos estruturais da Samarco.

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