Transformar a dor em luta foi o que fez a dentista Simone Cortês, de Cascavel, que descobriu que tinha câncer há 14 anos, aos 30 anos de idade, após ser alertada por uma campanha na mídia. No autoexame, encontrou um nódulo no seio e iniciou o tratamento.
Naquele ano de 1997, uma amiga ficou comovida com o seu caso e, para homenageá-la, participou de uma corrida durante a primeira edição de um evento voltado à prevenção ao câncer realizado nos Estados Unidos o Outubro Rosa. "Achei uma grande prova de amizade e falei que um dia faria algo parecido por alguém. No entanto, descobri um nódulo no outro seio, fiquei doente e lutei. Quando me recuperei, decidi cumprir a promessa", conta Simone.
Inspirada na mobilização norte-americana, em julho deste ano a dentista formou um grupo que hoje soma 30 pessoas que tiveram algum tipo de câncer ou têm familiares nessa condição e fundou uma associação de apoio, principalmente psicológico, a doentes e a familiares, chamada Cascavel Rosa.
Além das vitrines, prédios e praças terem sido tomados por luzes ou faixas na tonalidade, a adesão na cidade surpreendeu a dentista. Segundo ela, neste mês houve um aumento de 40% no número de pedidos de exames nos principais hospitais oncológicos da cidade. "Vendemos milhares de camisetas em poucos dias", diz ela. Somente em outubro foram realizadas 30 palestras em escolas e empresas e apresentações de peças teatrais para crianças.