A campanha eleitoral começa oficialmente amanhã, mas os candidatos ao governo do estado já deram uma mostra, nos últimos dez dias, de como será o clima nos próximos três meses. Com ataques mútuos, eles não deixaram passar uma declaração sequer sem respostas. Houve desde acusações de pedidos de dinheiro em troca de apoio político a ironias relativas a gafes cometidas pelos adversários.
O clima de campanha começou quando o senador Osmar Dias (PDT) assumiu a candidatura, no início da semana passada, passando a ser o principal opositor do governador Roberto Requião (PMDB) nas eleições de outubro. Mas ao que parece até agora, será um contra todos e todos contra um. Ou seja, Requião, sozinho, contra os ataques dos demais candidatos ao governo do Paraná.
A crise interna do PSDB que se divide entre apoiar Osmar e Requião acirrou ainda mais os ânimos no período pré-campanha. Até a Justiça teve de interceder. A pedido do deputado estadual Hermas Brandão (PSDB) candidato a vice na chapa do PMDB , a Justiça expediu mandado de busca e apreensão da ata da convenção tucana. A ordem foi cumprida, na manhã de sábado, no diretório estadual do PSDB.
Em meio à confusão, até o tranqüilo Flávio Arns (PT) voltou artilharia contra o governador na semana passada, dizendo que falta ao executivo estadual "maior e melhor articulação política" junto à União para a obtenção de recursos. Arns avisou, porém, que tentará fazer uma campanha pacífica e ficar alheio às trocas de acusações.
O que menos poupou Requião até agora foi o candidato do PPS, Rubens Bueno, que declarou ter a missão de "desconstruir" o atual governador. "O que esperar de um governador que masca mamona e cospe desaforos? Requião representa a política do tacape, do atraso e do confronto e representa o submundo da política, que cria mentiras", disse o candidato do PPS. Rubens fez essa declaração após escutar Requião dizer em uma rádio que ainda "não esqueceu o uso do tacape".
Até o ex-governador Jaime Lerner (PSB) entrou no jogo, após anos de ostracismo, e declarou apoio ao PDT. "Queriam transformar a eleição em nomeação", afirmou, referindo-se ao atual governador.
A Osmar Dias coube dizer que a atual administração não escuta a população e as idéias são "impostas goela abaixo". O senador ficou irritado ao saber que Requião disse considerar a eleição "fácil", mesmo após o anúncio de sua candidatura. "Ninguém pode prever resultados antes", respondeu Osmar.
Mesmo sozinho no fronte eleitoral, o governador não se intimidou e mostrou a força verbal que possui. "Me perdoem a pretensão, mas vai ser no primeiro turno, com facilidade. Vai ser primeiro turno não por mim, mas pelo que este governo representou para o Paraná", disse ele, no fim de semana.
O fato de Osmar Dias ter decidido disputar a eleição atiçou mesmo a ira de Requião, principalmente depois de confirmada a aliança do PDT com PP e PSB. Para o governador, a coligação de nove partidos mostra a "ambição" de Osmar em ser governador, mas não chega a ameaçar sua candidatura. "Mil cairão ao meu lado e 10 mil à minha direita e não serei atingido", disse ele.
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