Para marcar o Dia Nacional da Doação de Órgãos, lembrado nesta terça-feira (27), o Hospital Angelina Caron e a rede de restaurantes Madero fizeram um vídeo sobre a importância de ser um doador e comunicar a escolha à família. A produção, filmada nas filiais do estabelecimento, começa com uma brincadeira com os consumidores. Quando os clientes recebem os sanduíches, notam que está faltando o mais importante: os hambúrgueres.
Leia abaixo: tira-dúvidas sobre a doação de órgãos
A reação inicial é de surpresa e indignação. Depois de alertarem os garçons sobre a ausência do essencial, os consumidores são presenteados com uma caixa com o sanduíche completo e uma mensagem. Na tampa, a deixa: “Se um hambúrguer faz falta no seu cheeseburguer, imagina o quanto um órgão faz falta para quem precisa. Seja um doador de órgãos e avise a sua família. Sua ajuda pode salvar muitas vidas.”
“A ideia surgiu da agência Beats e foi prontamente abraçada pelo Angelina Caron e pelo Madero”, explica João Eduardo Nicoluzzi, médico e chefe do serviço de transplantes do hospital. “É uma forma bem original de tratar o assunto, de mexer com o público de uma forma diferente do habitual”.
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Segundo Nicoluzzi, a ideia da campanha é “quebrar barreiras” para aumentar o número de doações. O médico ressalta que cerca de 44% das doações não ocorrem por falta de liberação das famílias. “Todo dia deveria ser Dia da Doação Nacional de Órgãos. É uma questão fundamental”.
Ainda de acordo com o médico, nos últimos dois ou três anos, o Paraná pulou de quase último estado do Brasil em doações para o segundo maior doador.
Espera longa
Segundo informações da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), 14 mil pessoas estão na fila por um novo rim - mil apenas no Paraná - e 6 mil precisam de fígado em todo o país. Outras 1,6 mil pessoas precisam de um coração novo e o mesmo número de um novo pulmão. Os outros órgãos mais procurados são pâncreas e intestino. O Hospital Angelina Caron realiza de 230 a 240 transplantes por ano.
Qualquer um pode ser doador de órgãos, exceto pessoas que tiveram cânceres malignos, insuficiência renal, hepática, cardíaca, pulmonar, pancreática ou medular, ou doenças infectocontagiosas, como hepatites B e C, HIV e doença de Chagas em vida.
Tira-dúvidas sobre a doação de órgãos
O doador vivo pode doar um dos rins, parte do fígado e parte da medula óssea. Pela lei, parentes até o quarto grau e cônjuges podem ser doadores; não parentes somente com autorização judicial.
O doador cadáver é aquele paciente em UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com morte encefálica, geralmente vítimas de traumatismo craniano ou AVC (derrame vascular cerebral). Ele pode doar coração, pulmão, fígado, pâncreas, intestino, rim, córnea, veia, pele, ossos e tendão.
Órgãos como coração, fígado e rins são doados após declaração de morte encefálica e notificação à Central de Transplante do Paraná. Os Tecidos que não necessitem perfusão até o momento da retirada podem ser doados diretamente pela família como: córneas, valvas, tecido músculo-esqueléticos.
Em caso de doação de córneas, cartilagens, ossos e pele, até seis horas após a parada cardíaca. Em caso de doação de rins, fígado, coração, pulmão, fígado e pâncreas, que apenas é realizada quando o paciente encontra-se em morte encefálica, diagnosticada no hospital, a família será procurada para se manifestar sobre a doação.
Não existe limite de idade. No entanto, a viabilidade dos órgãos é avaliada pela equipe de transplantes.
Comunicando a sua família ou responsável legal que você deseja doar seus órgãos após morte.
Não, a retirada de órgãos é uma cirurgia cuidadosa em que são observados todos os rigores de um procedimento cirúrgico rotineiro. De acordo com informações da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), a doação de órgãos não deforma porque o corpo é recomposto. Mesmo quando se doa pele, ossos ou córnea, tudo é recomposto para que a pessoa possa enterrar o parente como se ele não tivesse doado os órgãos.
O termo de doação é assinado pelo cônjuge, ou se não houver, por pais ou filhos , autorizando a retirada de órgãos e tecidos, para fins de transplantes.
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