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A escola chama

Conheça as duas iniciativas que buscam dar fim à evasão escolar no Paraná:

"Fica" - Criada em 2005, a Ficha de Comunicação do Aluno Ausente (Fica) tem o objetivo de acompanhar os casos de evasão de todos os alunos, registrando suas ausências. A partir de cinco faltas não-justificadas os pais são chamados e se a ausência persistir, podem ser envolvidos os Conselhos Tutelares e, na sequência, o Ministério Público.

"Criança e adolescente na escola: essa lição é para todos!" - Busca conscientizar principalmente pais e responsáveis da importância de cadastrar os filhos para que eles sejam atendidos pelo sistema de ensino. A partir da demanda por escolas, as estratégias de atendimento serão estudadas e implantadas. As inscrições foram iniciadas hoje e vão até o dia 14 de março em todas as escolas estaduais do Paraná.

Um mês para descobrir quantas pessoas estão fora da escola e outro para buscar a solução para cada caso. Esse foi o prazo estipulado nesta segunda-feira pelo vice-governador e secretário da Educação, Flávio Arns, durante o lançamento oficial da campanha "Criança e adolescente na escola: essa lição é para todos!". Lançada pela Secretaria de Estado da Educação (Seed) em parceria com o Ministério Público do Paraná (MPPR), a campanha tem o objetivo de descobrir quantas pessoas – de todas as faixas-etárias – precisam ser atendidas pelo sistema de ensino. "Queremos tirar a invisibilidade dessas crianças e adolescentes que não têm a oportunidade de ingressar e permanecer no sistema educacional", afirmou o procurador-geral de Justiça Olympio de Sá Sotto Maior Neto.Sobre a possível falta de vagas para atender a todos que procurarem as escolas para fazer o cadastro, que vai até 14 de março, Arns ressaltou que a campanha foi lançada justamente para servir de base para ações futuras. "Se houver vagas disponíveis na escola procurada, a matrícula será efetuada imediatamente. Se não houver vagas, outras alternativas serão criadas. Isso vale para aqueles que têm deficiência, que estão nas ruas, para indígenas ou para quem está em ambiente hospitalar", diz o secretário.

A população tem até o dia 14 de março para cadastrar crianças e jovens na escola estadual mais próxima para voltar aos estudos. A matrícula pode ser feita imediatamente, caso haja vaga na escola pretendida. Caso contrário, o sistema da Secretaria de Estado da Educação vai identificar uma vaga adequada para que esta pessoa volte a estudar o mais rápido possível.

Com esta campanha, a Secretaria de Educação pretende levantar quantas crianças e adolescentes abandonaram a escola, quantas saíram do ensino municipalizado e não ingressaram na rede estadual e quantas não têm acesso à escola pela distância do local de moradia.

Cadastro

Para realizar o cadastro nas escolas da rede estadual de ensino é preciso preencher uma ficha explicando o motivo do afastamento da criança e do adolescente da escola, com endereço e telefone. Posteriormente, para fazer a matrícula, é preciso levar o comprovante de residência, que pode ser uma conta de luz, e um documento de identidade como o RG ou a Certidão de Nascimento.

Evasão é maior entre adolescentes Segundo a última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (2009) do IBGE, o Paraná tem 1,549 milhão de crianças e adolescentes entre 10 e 17 anos. Estimativas preliminares da Seed apontam que cerca de 10% deles não frequentam as aulas, uma porcentagem que cresce ao longo do ensino fundamental.

Jhonatan Boçon, 15 anos, quase ajudou a reforçar essa estatística. Depois de reprovar pela segunda vez, ele desistiu da 6.ª série há dois anos e abandonou a escola. "Eu era bem maior que os outros colegas, que me zoavam bastante, e estava bem atrasado. Fora isso não queria saber de estudar, só de bagunça", conta. Apesar do protesto do pais, Jhonatan ficou alguns meses em casa. "Eu não tinha a menor vontade de ir para aula e ficava na internet o dia inteiro. Mas aí acabei vendo que as pessoas que estudam acabam se dando bem e tendo empregos melhores. Foi quando resolvi voltar, fazendo um supletivo", explica.

Arns lembrou durante a apresentação da campanha que a escola se torna mais atrativa para os adolescentes quando faz uma ponte para o mercado de trabalho. "O mais importante é fazer planos para que o adolescente se ressocialize. Se for um jovem de rua, precisa de atendimento interdisciplinar, e vamos trabalhar junto dos Conselhos Tutelares e do Ministério Público para atendê-los. O adolescente vai para escola e vai aprender a trabalhar ou sair já empregado", afirmou.

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