Campanha esclarece população sobre prevenção e riscos do AVC

A cada ano, cerca de 6 mil paranaenses morrem em decorrência de acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame. Somente em 2004, foram 6.340 mortes no Paraná. Em todo o país, o AVC é a primeira causa de morte. Em 2004, foram registradas 90.930 casos, superando as mortes causadas por infarto agudo do miocárdio, que foram 65.482. É para tentar diminuir esses índices que ocorre hoje em Curitiba e em mais 16 cidades a Campanha Nacional de Prevenção ao Acidente Vascular Cerebral, promovida pela Academia Brasileira de Neurologia (ABN) em parceria com o laboratório farmacêutico Sanofi-aventis.

Durante todo o dia, médicos neurologistas estarão nos Shoppings Estação e Cidade orientando a população. "A idéia é chamar a atenção da população e mostrar que é preciso controlar os fatores de risco, que muitas vezes são silenciosos", afirma a neurologista e coordenadora da campanha em Curitiba, Viviane Zétola. Enfermeiros vão medir a pressão arterial, considerada o principal fator de risco.

O médico neurologista e vice-presidente da ABN, Jorge Noujaim, ressalta que neste ano o foco será a importância da reabilitação e do tratamento dos fatores de risco, com o objetivo de evitar o segundo AVC. "Quem já teve um AVC tem até nove vezes mais chances de ter o segundo", alerta.

Existem dois tipos de AVC. O isquêmico, responsável por 85% dos casos, ocorre quando um coágulo obstrui ou dificulta a passagem de sangue nos vasos, não permitindo a chegada de oxigênio e nutrientes às células do cérebro. O outro tipo é o AVC hemorrágico, que responde por 15% dos casos e ocorre em função da ruptura de vasos sanguíneos que irrigam a região cerebral. O cérebro tolera por pouco tempo a falta de oxigênio, daí a importância do socorro imediato.

De acordo com o médico Sérgio Lianza, chefe de reabilitação da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, as seqüelas podem envolver dificuldades na fala, na locomoção, na deglutição e na coordenação motora. "Muitos pacientes ficam incapacitados de realizar tarefas simples. A reabilitação tem a função de recuperá-lo para a vida útil, tentando minimizar o impacto do AVC", afirma.